Governo avalia liberar jogo do tigrinho com regras

Apostas seriam enquadradas na lei das bets, já aprovada pelo Congresso

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Publicado em 12/07/2024 às 15:23h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/07/2024 às 15:23h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
Fortune Tiger é um casino online. Foto: Shutterstock

🐯 Nos últimos meses, o Fortune Tiger -chamado popularmente de jogo do tigrinho- ganhou fama em todo o país como um aplicativo de apostas online. Embora não sejam hospedadas no Brasil, no ano passado, plataformas como essa movimentaram R$ 50 bilhões, segundo estimativa do Banco Central.

Agora, o governo federal estuda medidas de trazer esses recursos para dentro do país, por meio de medidas que regularmente a atividade. Na análise do Ministério da Fazenda, o jogo tem quase todas as características para se enquadrar na lei das bets, segundo fontes ouvidas pelo G1, conforme lei aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional.

O mercado regulado de apostas começa a funcionar já no próximo ano, quando todas as empresas que oferecem o serviço no país devem estar credenciadas ao Ministério da Fazenda. Uma das regras é que os jogos sejam certificados e que o domínio do site seja “bet.br”.

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O governo ainda avalia implementar medidas que dificultem o acesso às plataformas e faça uma espécie de avaliação de risco. Ainda segundo o portal de notícias, nos próximos dias serão publicadas sete portarias que versam sobre a prevenção ao vício; regras para caça-niqueis virtuais e deveres das casas de apostas.

A partir do ano que vem também será proibido acesso a plataformas estrangeiras a partir de conexões de internet feitas dentro do território nacional. Grande parte dos sites que oferecem os cassinos onlines são sediados em países com pouco ou nenhuma legislação para o assunto, como as Ilhas Cayman.

Perdas

Assim como outros jogos de azar, o jogo do tigrinho pode se tornar um mal para os apostadores. Segundo reportagem do UOL, uma jovem de 23 anos acumula dívidas de R$ 110 mil em razão de empréstimos que realizou para fazer as apostas, além de zerar suas economias que somavam R$ 50 mil.

Aos 23 anos, Vitória Damaceno Bittencourt começou a acessar o jogo no ano passado, quando trabalhava de motorista de aplicativo e queria melhorar seus ganhos pessoais. Duas coisas a chamaram a atenção: a promessa de ganhos rápidos e a divulgação feita por influenciadores digitais.

Ela fez testes durante duas semanas, quando viu dobrar os valores de R$ 30 e R$ 50 apostados. "Ao aumentar o valor para R$ 100, ganhei R$ 800 em um dia. Pensei que conseguiria ganhar ainda mais”, disse à reportagem.

Três meses depois, Vitória se viu viciada e fazendo apostas de até R$ 2 mil. Foi aí que começou a fazer empréstimos para tentar recuperar o dinheiro que perdeu nas apostas e depois usou dinheiro das economias que mantinha com seu marido

“Eu perdia R$ 4.000 e fazia um empréstimo no mesmo valor. Era assim que eu fazia. Consegui ganhar R$ 20 mil ao todo, mas perdi tudo nos jogos. O jogo permite saques de no máximo R$ 3.000 por dia, e o restante do valor que você ganha fica travado, para uso dentro do aplicativo”, relembrou.