Gafisa (GFSA3): Esh vende ações e reduz participação para 4,04%
A Esh Capital já chegou a deter 20% do capital social da Gafisa.
A Gafisa (GFSA3) convocou uma assembleia de acionistas para discutir a suspensão dos direitos políticos de fundos de investimento supostamente ligados ao empresário Nelson Tanure, o principal acionista da construtora e também de empresas como Light (LIGT3) e Prio (PRIO3).
🚨 A assembleia será realizada no dia 7 de fevereiro a pedido da Esh Capital Investimentos, do gestor Vladimir Timerman. Com mais de 3% do capital votante da Gafisa, a Esh Capital pediu a assembleia alegando que fundos de investimento supostamente ligados a Nelson Tanure teriam atingido 39,11% do total de ações de emissão da companhia e atuavam de forma coordenada e conjunta, representando um único interesse.
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A Esh Capital lembrou ainda que qualquer acionista ou grupo de acionistas que atinja participação igual ou superior a 30% da empresa deveria lançar uma OPA (Oferta Pública de Aquisições) para adquirir papeis dos acionistas minoritários, o que não ocorreu na Gafisa. A Esh pede, então, a suspensão dos direitos políticos dos fundos de investimento mencionados até a publicação do edital de uma OPA.
Além disso, a Esh Capital pede que a assembleia de acionistas delibere sobre a destituição dos atuais membros do Conselho de Administração da Gafisa, com a consequente eleição de um novo board. A gestora afirma que o atual Conselho de Administração "teria violado seu dever fiduciário visando satisfazer os interesses dos Acionistas Nominados em detrimento dos interesses da Companhia e de seus demais acionistas".
Apesar de ter convocado a assembleia de acionistas sobre as queixas da Esh Capital no dia 7 de fevereiro, o Conselho de Administração da Gafisa rebateu as alegações da gestora na própria proposta de assembleia. Entre outras coisas, o board lembrou que a Esh Capital já havia feito as mesmas reclamações anteriormente e que elas foram rejeitadas em assembleias realizadas em 09 de janeiro e 10 de fevereiro de 2023.
O Conselho de Administração da Gafisa disse ainda que a Esh Capital não possuía as provas necessárias para subsidiar suas alegações e que o novo pedido de assembleia da gestora "não acrescenta qualquer fato novo ou elemento substancial adicional" à narrativa que já foi rejeitada pelos demais acionistas da empresa.
🗣️ "A ESH Capital convocou uma AGE antes da obtenção de provas acerca da sua tese e renova agora seu pedido de convocação da AGE com base na mesma narrativa, que não traz novas provas objetivas, mas todas as vezes que teve oportunidade de buscar pelos meios adequados e junto às autoridades competentes a comprovação de sua tese sobre a violação do artigo 44 do estatuto social, se omite em fazê-lo, o que põe em dúvidas a real intenção deste acionista", afirmou a Gafisa.
Para a Gafisa, a Esh Capital busca "meios para afastar os direitos políticos de uma série de acionistas a fim de viabilizar uma tomada hostil da Companhia e sua administração, ou ainda, de forma mais imediata, ocasionar uma oscilação positiva da cotação das ações da Companhia em prejuízo aos interesses da Companhia e, em consequência, do conjunto de seus acionistas".
A Esh Capital já chegou a deter 20% do capital social da Gafisa.
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