Fernando Collor é preso e se torna o terceiro ex-presidente brasileiro atrás das grades

A decisão, tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, confirmou a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Publicado em 25/04/2025 às 12:00h - Atualizado 20 horas atrás Publicado em 25/04/2025 às 12:00h Atualizado 20 horas atrás por Matheus Silva
Uma sessão virtual do STF ainda vai avaliar a decisão de Moraes (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Brasil registrou mais um capítulo marcante em sua história política nesta sexta-feira (25). Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República, foi preso em Maceió após a rejeição de um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão, tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, confirmou a condenação do político por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

Com isso, Collor entra para uma lista restrita: é o terceiro ex-presidente a ser preso no país desde o fim da ditadura militar, juntando-se a Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.

Prisão não tem relação com impeachment nos anos 1990

Embora Collor tenha sido retirado da Presidência em 1992, em um processo histórico de impeachment após o escândalo de corrupção envolvendo PC Farias, sua prisão agora se refere a outro episódio: a atuação irregular em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras (PETR4), entre 2010 e 2014.

De acordo com denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Collor teria recebido aproximadamente R$ 20 milhões para favorecer contratos da UTC Engenharia com a estatal.

As investigações apontaram uso de influência política para nomeações estratégicas dentro da empresa.

O ex-presidente já havia sido condenado em maio de 2023 a uma pena de cerca de 8 anos e 10 meses de prisão. Desde então, a defesa tentou reverter a decisão, mas os recursos foram rejeitados pelo STF, culminando na prisão nesta manhã.

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Como foi a prisão?

Segundo a defesa, Collor se entregaria espontaneamente em Brasília, mas a Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão às 4h da manhã, em Maceió.

O ex-presidente passou por exames médicos e foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, onde aguardará a definição do local definitivo para o cumprimento da pena.

Uma sessão virtual do STF ainda vai avaliar a decisão de Moraes, mas o processo já transitou em julgado, o que permite a execução imediata da pena.

Ex-presidentes e a Lava Jato

Fernando Collor não é o primeiro ex-presidente a ter seu nome envolvido em escândalos ligados à Lava Jato:

  • Luiz Inácio Lula da Silva foi preso em 2018 após ser condenado no caso do triplex do Guarujá. O petista cumpriu 580 dias de prisão até ser libertado após o Supremo reverter a jurisprudência que permitia prisões após condenação em segunda instância.
  • Michel Temer foi detido preventivamente em 2019 acusado de crimes relacionados a propinas nas obras da usina nuclear Angra 3, mas conseguiu liberdade poucos dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

Ambos os casos tiveram desdobramentos complexos na Justiça, refletindo as turbulências políticas e judiciais que o Brasil atravessou na última década.

Qual será o futuro de Collor?

Além de cumprir a pena, Collor poderá ter que enfrentar novos processos relacionados à corrupção e lavagem de dinheiro.

📊 Como ele já ultrapassou 70 anos, alguns crimes acabaram prescritos, mas as condenações já transitadas em julgado devem manter o ex-presidente afastado da vida pública e inelegível por tempo indeterminado.