EUA abrem investigação contra a JBS (JBSS3), entenda

Trump mandou investigar os maiores frigoríficos do país, por causa da alta dos preços da carne.

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Publicado em 10/11/2025 às 14:33h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 10/11/2025 às 14:33h Atualizado 4 minutos atrás por Marina Barbosa
Carne moída ficou 11% mais cara nos EUA em um ano (Imagem: Shutterstock)
Carne moída ficou 11% mais cara nos EUA em um ano (Imagem: Shutterstock)

O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação contra os maiores frigoríficos que operam no país, por causa da recente alta no preço das carnes.

🔎 Entre os investigados, estão duas empresas brasileiras: a JBS (JBSS32) e a MBRF (MBRF3), que opera no mercado americano por meio da National Beef.

Em um comunicado, a Casa Branca alegou que 85% do mercado americano de processamento de carne está nas mãos de apenas quatro companhias: JBS, National Beef, Cargill e Tyson Foods.

"Esta ação decisiva visa os conglomerados dominados por estrangeiros que controlam o abastecimento de carne nos Estados Unidos e que têm sido acusados ​​de inflacionar artificialmente os preços em detrimento de agricultores, pecuaristas e famílias trabalhadoras", afirmou.

Coordenada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a investigação vai apurar se essas companhias violaram as leis antitruste, por meio de manipulação de preços ou restrições de capacidade.

O objetivo, segundo a Casa Branca, é acabar com "qualquer conluio ilegal, restaurar a concorrência justa e proteger nossa segurança alimentar".

Trump fala em punição

A investigação foi aberta por determinação do presidente Donald Trump, que ainda pediu para o Departamento de Justiça agir "com rapidez" neste caso.

🗣️ "É preciso agir imediatamente para proteger os consumidores, combater os monopólios ilegais e garantir que essas corporações não estejam lucrando criminosamente às custas do povo americano", disse Trump.

Nas redes sociais, o presidente americano acusou os frigoríficos de elevarem artificialmente o preço da carne bovina, por meio de "conluio ilícito, fixação e manipulação de preços". E garantiu que, "se houver crime, os responsáveis ​​pagarão um preço alto".

"Sempre protegeremos nossos pecuaristas americanos, e eles estão sendo culpados pelo que está sendo feito por empresas de processamento de carne majoritariamente estrangeiras, que inflacionam artificialmente os preços e colocam em risco a segurança do abastecimento alimentar de nossa nação", acrescentou.

Indústria reage

Procuradas, JBS e MBRF não comentaram o assunto até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

📈 O Instituto da Carne dos Estados Unidos (Meat Institute), por sua vez, reagiu às declarações de Trump, dizendo que a alta dos preços se deve à oferta restrita de gado e à forte demanda por carne.

"Apesar dos altos preços da carne bovina para o consumidor, os frigoríficos têm sofrido prejuízos porque o preço do gado está em níveis recordes", disse a CEO do Meat Institute, Julie Anna Potts.

De acordo com a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, o preço da carne moída subiu 11% em um ano, chegando a US$ 6,32 o quilo em setembro.

O Meat Institute diz, contudo, que essa situação deve perdurar até 2026, segundo a previsão de analistas.

Potts pediu, então, que o governo americano mantenha uma "discussão baseada em fatos sobre a acessibilidade da carne bovina e a melhor forma de atender às necessidades dos consumidores americanos".