ETFs pagadores de dividendos mensais em dólar, com yield de 12%, atraem investidores em 2025

💰 Em 2025, os investidores em todas as partes do mundo enfrentaram uma verdadeira montanha-russa, com o mercado de ações caindo e as taxas da renda fixa disparando (machucando quem já estava posicionado por conta da marcação a mercado). No entanto, o foco no recebimento de dividendos mensais provou uma estratégia sólida em tempos de incerteza, sobretudo quando a renda passiva é paga em dólar.

Atualmente, os brasileiros têm bastante facilidade em acessar investimentos diretamente negociados na bolsa americana que são capazes de distribuírem proventos todos os meses. Todavia, dois ETFs (fundos de índices listados) chamam a atenção não só por um dividend yield de até 12% ao ano, como pela forte procura dos investidores em tempos de incertezas.

Nesse contexto, o ETF JEPI, gerido pelo JPMorgan, conseguiu atrair um fluxo de caixa de US$ 5,7 bilhões somente neste ano, ficando entre os 20 ETFs que mais atraíram dinheiro dos investidores na bolsa americana, conforme dados contabilizados até o último dia 30 de abril.

📊 Já a captação total é de aproximadamente US$ 40 bilhões nesta quarta-feira (21), aponta consulta no Investidor10. Com cotas negociadas ao redor de US$ 56,36 cada, o dividend yield atual do fundo listado é de 8,55%.

Em comparação, o ETF VIG, tocado pela Vanguard, que soma uma capitalização superior a US$ 90 bilhões, apresenta um rendimento de dividendos na faixa de 1,78%, mesmo tendo o objetivo de trazer renda passiva aos seus cotistas, fora que o fluxo de pagamentos nesse caso não é mensal e sim a cada três meses.

Por sua vez, o ETF JEPQ, também sob os cuidados do JPMorgan, consegue ter um dividend yield ainda maior que o seu parceiro, alcançando taxa de 12,13%, com capitalização acima de US$ 25 bilhões. Só no primeiro trimestre do ano (1T25), o fluxo de dinheiro destinado ao fundo listado foi de US$ 2,8 bilhões.

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Como os ETFs JEPI e JEPQ geram dividendos tão expressivos?

Diferente de muitos ETFs que apenas seguem um índice de referência, como, por exemplo o BOVA11 que entrega a rentabilidade do Ibovespa, tanto o JEPI quanto o JEPQ possuem gestão ativa, ou seja, os profissionais operam uma carteira de ações seguindo uma estratégia de compra de ações coberta para oferecer aos cotistas uma renda passiva estável.

Basicamente, esses fundos listados em bolsa investem em uma carteira de ações e, em seguida, vendem opções de compra sobre elas. Os prêmios da venda dessas opções de compra são usados ​​como fonte de renda, repassada aos investidores na forma de dividendos mensais.

🔎 A principal diferença entre os dois ETFs está na composição de suas carteiras de ações:

• JEPI só trabalha com ações presentes no famoso índice S&P 500, que reúne as 500 maiores companhias dos EUA, garantindo uma exposição mais diversificada do patrimônio dos investidores.
• JEPQ mantém alocação em ações que compõem o índice Nasdaq-100, responsável pelas 100 maiores empresas de tecnologia americanas, o que o torna mais arriscado que o seu parceiro, tendo maior exposição a nomes como Nvidia (NVDA).

Uma desvantagem a ser observada na tese de investimento em JEPI e JEPQ é o seu baixo potencial de valorização das cotas ao longo do tempo, já que além de distribuírem um caminhão de dividendos, caso as ações na carteira subam consideravelmente, as opções de compra emitidas pelos gestores para gerar os "dividendos sintéticos" acabam limitando os retornos gerais.

Então, esse tipo de gerador de renda passiva acaba sendo mais interessante aos investidores focados em renda que não se preocupam tanto com a valorização do capital.

🤑 Conforme dados do Investidor10, uma cota de JEPI rendeu dividendos de US$ 4,04 na somatória dos últimos 12 meses, cerca de R$ 23,00 na conversão do dólar para o real. Enquanto isso, uma única cota de JEPQ acumulou proventos de US$ 6,21 nas mesmas condições, aproximadamente R$ 35,00.