Quase 16 milhões de eleitores no Chile decidirão neste domingo (14) quem será o próximo presidente da República, durante votação do segundo turno, em que se enfrentam o candidato de direita José Kast, de 59 anos e ex-deputado federal, e a candidata de esquerda Jeannette Jara, de 51 anos, ex-ministra do Trabalho.
Considerado ultradireitista e favorito do mercado financeiro, Kast chega ao 2º turno com expressiva vantagem nas pesquisas de intenção de voto, o que representaria uma guinada no país sul-americano, atualmente governado por lideranças de esquerda, como o atual presidente do Chile, Gabriel Boric, aliado do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Diferente das eleições no Brasil, o presidente da República no Chile não pode concorrer à reeleição, apenas após um intervalo de um mandato, Boric poderia concorrer novamente, por exemplo.
Kast aparece com cerca de 60% das intenções de voto dos chilenos, desbancando a candidata governista Jeannette. A plataforma política do candidato direitista ficou mais competitiva entre o eleitorado chileno por conta de seu discurso duro no combate à criminalidade no país.
Outras promessas de campanha de Kast para o Chile giram em torno do endurecimento das políticas de imigração, visando barrar a intensa entrada de milhares de venezuelanos, que fogem da ditadura bolivariana de Nicolás Maduro, atualmente na mira da Casa Branca chefiada por Donald Trump.
Eleições no Chile mexem com o Brasil?
O Chile é o maior produtor mundial de
cobre e o segundo maior produtor de
lítio. Apesar de localizado na América do Sul, o território chileno não faz fronteira direta com o Brasil, mas é estratégico às ambições brasileiras de chegar ao Oceano Pacífico e potencializar suas exportações à China, como o
minério de ferro extraído pela
Vale (VALE3), mediante a
Rota Bioceânica.
Afinal de contas, o Brasil está perto de finalizar em Porto Murtinho, cidade do interior de Mato Grosso do Sul e fronteiriça ao Paraguai, uma ponte internacional que ligará uma rodovia brasileira à malha paraguaia.
Na sequência, a Rota Bioceânica chega ao norte da Argentina e ultrapassa a fronteira chilena circundando a Cordilheira dos Andes. Finalmente, as exportações brasileiras desembarcariam no litoral do Chile, em portos estratégicos, como Antofagasta e Iquique.
O próprio presidente Lula chegou a afirmar em abril de 2025 que os empresários chilenos e brasileiros devem aprofundar os acordos comerciais para alavancar o crescimento da economia dos dois países.
Conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam, o Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América do Sul, com predominância para bens industriais. Já o Chile é o sétimo maior parceiro comercial do Brasil e representa 2,1% da corrente de comércio brasileira.