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A Polícia Federal investiga duas fintechs por suspeita de lavar dinheiro para o crime organizado. A 2GO Bank e InvBank estão na mira das autoridades por terem relação com o PCC (Primeiro Comando da Capital), principal organização criminosa de São Paulo.
🚨 Nesta terça-feira (25), um grupo especial da polícia, com ajuda do Ministério Público, prendeu representantes das startups financeiras. O policial civil Cyllas Elia Junior que se apresenta como CEO da 2GO foi levado preso.
Segundo a Polícia, as duas fintechs movimentaram cifras bilionárias nos últimos anos. As investigações apontam que elas recebiam dinheiro em espécie e depois o inseriam no sistema financeiro para dar falsa legalidade aos valores em prol do PCC.
Por isso, a Justiça emitiu um bloqueio de R$ 27 milhões em oito contas bancárias, além da suspensão das atividades das duas fintechs citadas no processo.
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“[É] um complexo esquema ilícito, engendrado por intermédio do emprego indevido de empresas de tecnologia financeira”, diz nota do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Segundo reportagem do G1, porém, nenhuma das duas investigadas tem autorização do Banco Central para conceder as operações que faziam.
As empresas foram procuradas, mas não enviaram posicionamento sobre as denúncias.
🔎 As duas empresas citadas pela PF dizem ter mais de 10 anos de fundação e afirmam oferecer serviços financeiros sobretudo para pessoas físicas. No caso da 2GO, a startup oferece conta digital, crédito pessoal e até investimentos em criptomoedas.
Já a InvBank diz oferecer consultas de saldo, pagamento de contas e suporte para transações via Pix. A empresa também mantém máquinas de cartão para pessoa jurídica, conforme informações disponíveis no site oficial.
“Em resumo, duas empresas ofereciam serviços financeiros de forma alternativa às instituições bancárias tradicionais, movimentando valores ilícitos. Elas constituíram engenharia financeira complexa para velar os reais beneficiários”, diz o Ministério Público de SP.
As prisões aconteceram no âmbito da Operação Hydra que teve início a partir do acordo de delação premiada de Antônio Vinícius Lopes. O empresário foi morto no ano passado quando desembarcava no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Vinícius entregou à Justiça diversos documentos que revelam a parceria da empresa com entes do crime organizado.
"Não estou querendo dizer que todas essas instituições [as fintechs] estejam a serviço do crime organizado, mas é certo que algumas nós já detectamos que estão", disse Lincoln Gakyia, promotor do Gaeco. "O Brasil hoje tem mais de 1.500 fintechs. Nós temos praticamente 58% de todas as fintechs da América Latina”, finalizou.
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