Dólar paralelo: entenda o que é e os riscos

Author
Publicado em 28/07/2025 às 10:16h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 28/07/2025 às 10:16h Atualizado 7 horas atrás por Carlos Filadelpho
Dólar Pararelo - (Imagem: Shutterstock)

O dólar é uma das moedas mais importantes do mundo, utilizado como reserva de valor, meio de pagamento e referência para negócios internacionais.

No entanto, além das cotações oficialmente reconhecidas, como o dólar comercial e o dólar turismo, existe um tipo de negociação que costuma surgir em períodos de instabilidade econômica: o chamado dólar paralelo.

Apesar de amplamente mencionado, o dólar paralelo não é autorizado pelo Banco Central e configura uma prática ilegal, com sérias implicações jurídicas.

Por isso, entender o que ele representa e os riscos envolvidos é essencial para quem deseja atuar de forma segura e dentro da lei.

O que é o dólar paralelo?

O dólar paralelo é a negociação de moeda estrangeira realizada fora dos canais oficiais, ou seja, sem a intermediação de bancos, corretoras ou casas de câmbio autorizadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen).

Essa prática é operada por pessoas físicas ou grupos conhecidos como doleiros, que atuam no mercado informal e à margem da legislação financeira.

Além de ser ilegal, essas transações não recolhem impostos obrigatórios como o IOF, não são registradas e frequentemente estão associadas a crimes como evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Por que o dólar paralelo é ilegal?

Toda operação de câmbio no Brasil deve ser feita por instituições autorizadas pelo Bacen. Negociar dólar fora desses canais viola o sistema financeiro nacional e pode configurar crimes previstos na legislação brasileira, como:

  • Evasão de divisas (Lei nº 7.492/1986);
  • Lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/1998);
  • Operações clandestinas de câmbio.

As penalidades incluem reclusão de 3 a 10 anos, multas elevadas e confisco dos valores envolvidos. Mesmo que a intenção seja economizar, recorrer ao dólar paralelo é uma infração grave.

Como funciona o mercado de dólar paralelo?

O dólar paralelo não possui cotação oficial. Os valores são definidos informalmente entre as partes, sem controle, transparência ou proteção jurídica. As transações costumam ocorrer em espécie ou por meios disfarçados, utilizando empresas fictícias ou nomes de terceiros.

Esse ambiente favorece golpes, entrega de cédulas falsas, fraudes e perda total do valor negociado — riscos que tornam qualquer operação nesse mercado altamente perigosa.

Quais são as cotações oficiais do dólar?

Quais são as cotações oficiais do dólar? - (Imagem: Shutterstock)

Para entender as diferenças entre o dólar paralelo e o dólar legalizado, é importante conhecer os dois tipos de cotação reconhecidos oficialmente no Brasil:

  • Dólar comercial: usado em transações internacionais, contratos futuros e operações corporativas.
  • Dólar turismo: utilizado em viagens, compras no exterior com cartão e saques em moeda estrangeira.

O dólar turismo é mais caro por incluir:

  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
  • Custos operacionais;
  • Margem das casas de câmbio.

Dólar turismo X dólar paralelo?

Embora os dois sejam voltados para o consumidor final, há diferenças fundamentais entre o dólar turismo e o dólar paralelo:

Aspecto

Dólar Turismo

Dólar Paralelo

Legalidade

Totalmente legal e regulamentado

Ilegal, fora da regulamentação

Instituições autorizadas

Casas de câmbio, bancos, corretoras

Doleiros, mercado informal

Inclusão de impostos

Inclui IOF e taxas operacionais

Não recolhe tributos

Segurança jurídica

Protegido por lei

Sujeito a punições legais

Riscos

Baixos, operado com transparência

Altos, sujeito a fraudes e golpes

Variação de cotação

Depende de mercado e taxas bancárias

Arbitrária, definida entre as partes

Mesmo que o dólar paralelo ofereça um preço aparentemente mais atrativo, o risco jurídico e operacional é extremamente alto, tornando uma opção inviável para quem deseja investir com segurança.

Principais riscos do dólar paralelo

  • Risco jurídico: possibilidade de investigação e punição criminal.
  • Fraudes: cédulas falsas, sumiço do intermediário ou golpe.
  • Cotação instável: sem referência oficial, o preço é arbitrário.
  • Envolvimento com crimes maiores: redes de tráfico, corrupção ou evasão de divisas.

Como investir legalmente em dólar?

Felizmente, há diversas formas seguras e regulamentadas de se expor ao dólar:

  • Compra de moeda em espécie: Ideal para viagens, pode ser feita em casas de câmbio ou bancos autorizados. É possível adquirir dólares em espécie de forma legal, mediante apresentação de documentos e pagamento de IOF.
  • Fundos cambiais: São fundos de investimento que aplicam seus recursos em ativos atrelados à variação do dólar. É uma opção prática para quem quer proteção cambial sem precisar comprar a moeda diretamente.
  • ETFs e BDRs: Investir em ativos do exterior, como ETFs (fundos de índice) ou BDRs (recibos de ações estrangeiras), permite exposição indireta ao dólar, pois os ativos são cotados na moeda americana.
  • Contratos futuros de dólar: Disponíveis na B3, permitem negociar a cotação do dólar em uma data futura, sendo muito usados por empresas e investidores profissionais como forma de hedge (proteção).

Vale a pena investir em dólar?

Vale a pena investir em dólar - (Imagem: Shutterstock)

O dólar costuma ser visto como um ativo de proteção em momentos de crise, instabilidade política ou alta inflação. Como o Brasil possui uma economia emergente, é comum que a moeda nacional perca valor frente ao dólar em cenários adversos.

Portanto, ter uma parcela do patrimônio exposta ao dólar pode ser vantajoso, especialmente como estratégia de diversificação. No entanto, isso deve ser feito de forma legal, planejada e adequada ao seu perfil de investidor.

Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não representa recomendação de compra, venda ou negociação de moeda estrangeira, investimentos atrelados ao câmbio ou qualquer outro ativo financeiro.

Antes de realizar operações com exposição ao dólar, é essencial que o investidor avalie seu perfil, objetivos e, se necessário, consulte um profissional qualificado.

Conclusão: evite do mercado paralelo

Existem diversas formas legais, seguras e regulamentadas de acessar o dólar, seja para viajar, investir ou proteger o seu patrimônio.

Negociar no paralelo não é apenas ilegal, é extremamente arriscado. Sempre opte por instituições autorizadas e reguladas pelo Banco Central.

Para acompanhar a cotação oficial do dólar em tempo real, analisar oportunidades cambiais e investir com inteligência, conheça as ferramentas do Investidor10 PRO.

👉 Comece agora e transforme sua estratégia com informação confiável e acessível!

Tags