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Aos 80 anos, Corina Yoris foi a candidata escolhida pela oposição para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições presidenciais deste ano na Venezuela. No entanto, a pré-candidata não conseguiu se inscrever para o pleito por causa de problemas no sistema de registros eleitorais.
No lugar dela, a coalisão optou por Edmundo González, um ex-diplomata, que deve ceder seu registro para que a Yoris tente se candidatar. O regimento eleitoral do país permite que trocas assim sejam feitas, mas o prazo limite é até o próximo dia 20 de abril.
Corina é graduada em filosofia e letras e doutora em história, tendo sido professora universitária por décadas. Em entrevista à Folha de SP, ela comentou como foi receber as declarações do presidente Lula sobre as eleições no país vizinho.
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“As declarações recentes de Lula dão apoio à restituição da democracia no país. Ajudam o regime a dar espaço para a possibilidade de eleições livres. E acho que as respostas dadas [por Caracas] são desrespeitosas em termos de linguagem diplomática internacional”, disse.
Em sua análise, o posicionamento do Itamaraty foi suficiente necessário e distante do que o regime de Maduro poderia considerar como interferência internacional.
“Acredito que [se o Brasil] manter essa atitude é suficiente. Algo muito importante é ter cuidado para não ser acusado de pedir interferências. E uma manifestação desse tipo não é interferência, é atuação para dizer a um governo para não se desviar de certos canais e respeitar certos acordos”, acrescentou.
Doris prefere não se definir uma pessoa de esquerda ou direita, mas defende o livre mercado como plataforma de governo. Além disso, prefere se esquivar quando os rivais comentam sobre a sua idade e destaca que acredita que preconceitos como esses já haviam sido superados.
“Eles sabem minha idade porque disseram, não porque eu disse. Me parecem comentários desqualificadores”, diz. “A desqualificação por ser mulher também remete a estágios que eu pensava superados no país e não estão. Veja a lista dos candidatos aceitos. Todos são homens. Ou seja: voltamos à mesma configuração das coisas. Como se a política fosse apenas espaço para eles”, finalizou.
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