Daniel Kahneman, pai da economia comportamental, morre aos 90 anos

Conhecido como o "pai da economia comportamental", Kahneman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2022.

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Publicado em 27/03/2024 às 16:33h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 27/03/2024 às 16:33h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues

📚 Nesta quarta-feira (27), o mundo perdeu um dos grandes nomes da psicologia e da economia comportamental, Daniel Kahneman, aos 90 anos de idade.

Conhecido como o "pai da economia comportamental", Kahneman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2022 por suas contribuições revolucionárias nesse campo de estudo.

O trabalho de Kahneman teve um impacto significativo ao desafiar suposições de décadas sobre a racionalidade na tomada de decisões econômicas.

Ele foi pioneiro ao revelar a lógica por trás de diversos comportamentos humanos intrigantes, como a relutância das pessoas em vender ações que estão em baixa ou a tendência de viajar longas distâncias para economizar em pequenas compras, mas não fazer o mesmo em compras mais caras.

📊 Ao lado do psicólogo Amos Tversky, Kahneman identificou e isolou preconceitos que distorcem a tomada de decisões, como a aversão à perda e a influência da forma como uma pergunta é formulada sobre a resposta.

Um exemplo clássico é a diferença na aceitação de um programa de saúde dependendo de se destacar as vidas salvas ou as vidas perdidas.

Steven Pinker, professor da Universidade de Harvard, descreveu Kahneman como "o psicólogo vivo mais influente do mundo", ressaltando a monumentalidade de seu trabalho na história do pensamento.

Kahneman alertou que o cérebro humano muitas vezes reage rapidamente e com base em informações incompletas, levando a resultados infelizes. "As pessoas são projetadas para contar a melhor história possível", explicou em uma entrevista à Associação Americana de Psicologia em 2012.

"Não perdemos muito tempo dizendo: 'Bem, há muita coisa que não sabemos'. Nós nos contentamos com o que sabemos."

Com a morte de Daniel Kahneman, o mundo perde não apenas um grande cientista, mas também um pensador cujo legado continuará a influenciar o pensamento econômico e comportamental por muitas gerações.