CSN (CSNA3) tem prejuízo de R$ 85 milhões no 4º tri

Companhia foi afetada pela queda dos preços das commodities e pela alta dos juros.

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Publicado em 13/03/2025 às 10:07h - Atualizado 20 horas atrás Publicado em 13/03/2025 às 10:07h Atualizado 20 horas atrás por Marina Barbosa
CSN ampliou vendas de aço no 4T24, mas as de minério de ferro caíram (Imagem: Shutterstock)

A CSN (CSNA3) sofreu um prejuízo líquido de R$ 85 milhões no quarto trimestre de 2024 e, com isso, terminou o ano com um resultado negativo de R$ 1,5 bilhão.

📉 Os resultados contrastam com os observados em 2023, quando a companhia teve um lucro líquido de R$ 851 milhões no quarto trimestre e de R$ 403 milhões no ano.

A CSN foi afetada negativamente no ano passado pelo recuo dos preços das commodities, sobretudo do minério de ferro. O aumento das despesas financeiras, que vêm sendo pressionadas pela alta dos juros, também pesou sobre o balanço.

A companhia terminou o ano com uma alavancagem, medida pela relação Dívida Líquida/Ebitda Ajustado, de 3,49x. Ao final de 2023, essa relação era de 2,58x.

4º trimestre

💲 A CSN, no entanto, mostrou uma reação no último trimestre do ano. Isso porque, apesar de 110% pior do que o resultado do mesmo período de 2023, o prejuízo de R$ 85 milhões registrado no quarto trimestre de 2024 é bem menor do que o observado nos trimestres anteriores. No terceiro trimestre, por exemplo, o rombo chegou a R$ 751 milhões.

Segundo a CSN, o resultado trimestral reflete o "forte resultado operacional registrado no período", mas "acabou sendo compensado pelo ainda elevado volume de despesas financeiras e a maior incidência de impostos".

"No 4T24, apesar do impacto no volume com o início do período de chuvas, a Companhia manteve um sólido ritmo de produção e conseguiu se beneficiar da trajetória ascendente do preço do minério para entregar uma forte expansão de resultado", afirmou.

As vendas de aço subiram 10,4% em relação ao mesmo trimestre de 2023, chegando a 1,175 milhão de toneladas. Contudo, as vendas do minério de ferro recuaram 3,7%, para 10,7 milhões de toneladas.

Com isso, a receita líquida da companhia cresceu apenas 0,2% nessa base de comparação, para R$ 12 bilhões. O Ebitda ajustado recuou 8% na comparação anual, para R$ 3,3 bilhões, com uma margem de 26,8%.

Em relação ao terceiro trimestre de 2023, no entanto, a receita líquida da CSN cresceu 8,7% e o Ebitda ajustado saltou 46%. 

Tarifas de Trump

Neste primeiro trimestre de 2025, no entanto, a companhia deve enfrentar outro desafio: a tarifa de 25% imposta nessa quarta-feira (12) pelos Estados Unidos à importação de aço e alumínio.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a tarifa pode reduzir em até US$ 1,5 bilhão as exportações das siderúrgicas brasileiras.

Analistas acrescentam que, na bolsa brasileira, as tarifas podem afetar sobretudo a CSN e a Usiminas (USIM5), de quem a CSN é acionista. Para a Gerdau (GGBR4), é esperado um impacto menor, já que a empresa tem operações nos Estados Unidos.