Crise da Volkswagen fala muito também sobre a economia da Alemanha

Maior economia da Europa tem visto recuo nos números econômicos

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Publicado em 15/09/2024 às 12:35h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 15/09/2024 às 12:35h Atualizado 2 meses atrás por Wesley Santana
Volkswagen é uma das maiores montadoras de carros do mundo (Imagem: Shutterstock)

🚘 Na semana passada, a Volkswagen afirmou que considera fechar fábricas e demitir milhares de trabalhadores na Alemanha. A fabricante de automóveis disse que está passando por um momento difícil no meio da transição para carros elétricos.

"O ambiente econômico piorou e novos concorrentes estão se aproximando da Europa. A Alemanha está ficando para trás como um local competitivo. Como empresa, temos que agir”, disse o CEO da companhia, Oliver Blume.

A crise da Volkswagen, no entanto, não se formou neste ano, mas vem se formando já há algum tempo. A empresa enfrenta um aumento no custo de produção, somado a um mercado interno mais fraco que se arrasta desde a pandemia de Covid-19.

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Assim como outros países, caso dos Estados Unidos, há ainda a concorrência com as montadoras chinesas que estratégias agressivas de crescimento ao redor do mundo. O fato é que a Volkswagen afirma ter de economizar até 10 bilhões de euros (mais de R$ 62 bilhões) até 2027, cenário que desencadeia na retenção de custos.

O problema da Volks também tem a ver com a Alemanha, hoje considerada a maior economia da Europa, mas que viu um recuo de 0,3% no ano passado. Questões como a perda de vantagem competitiva interrompem o crescimento econômico da liderança de Olaf Scholz, o primeiro-ministro.

“Essa história nos mostra o que quatro anos de estagnação econômica e dez anos de deterioração da competitividade internacional podem fazer com uma economia: ela se torna menos atraente para investimentos”, diz o economista-chefe na Alemanha do banco holandês ING, Carsten Brzeski, em entrevista ao portal DW.

"O anúncio da VW é certamente um sintoma de um mal-estar mais amplo em toda a indústria alemã, e não um caso isolado", comentou a economista Franziska Palmas, da consultoria Capital Economics, em Londres.