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O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (11).
💲 Com isso, a taxa básica de juros da economia brasileira foi para 12,25% ao ano. É o maior patamar em aproximadamente um ano.
O aumento da Selic era aguardado pelo mercado. Contudo, diante da alta das perspectivas de inflação, do dólar e das incertezas fiscais, os analistas estavam divididos entre uma elevação de 0,75 ou 1 ponto percentual dos juros.
O Banco Central decidiu, então, seguir a ala do mercado que pedia um ajuste mais forte dos juros, dobrando o ritmo de alta da Selic. A última vez que a Selic havia subido 1 ponto percentual foi em maio de 2022, na saída da pandemia de covid-19.
🏦 A decisão de "um ajuste de maior magnitude" na Selic foi unânime. Ao comunicar o aperto monetário, o comitê explicou que o cenário se mostra "mais adverso do que na reunião anterior".
"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista", observou.
O Copom avaliou que "o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes". Já em relação ao cenário doméstico, lembrou que "o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo" e que "a inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes".
Além disso, destacou que a percepção dos agentes econômicos sobre o pacote fiscal apresentado recentemente pelo governo federal "afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio". A avaliação é, então, que "tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa".
Diante desse cenário, o Copom adiantou que a taxa Selic deve continuar subindo e pode chegar a 14,25% em março do próximo ano.
No comunicado, o comitê explica que, se nada mudar, a Selic deve sofrer mais duas altas de 1 ponto percentual, em janeiro e março de 2025.
⚠️ "Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões", antecipou.
Se a Selic chegar em 14,25%, este será o maior patamar dos juros desde 2016. O Copom, no entanto, deixou a porta aberta para outros aumentos, dizendo que o tamanho final do aperto dependerá do desempenho da inflação.
"A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", disse.
Veja aqui a reação do mercado ao comunicado do Copom
Atualmente, o Copom ainda vê uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação.
Veja os riscos de alta da inflação apontados pelo Copom:
E os riscos de baixa:
Vale lembrar que as próximas decisões da Selic não contarão mais com o voto de Roberto Campos Neto. Afinal, o mandato do atual presidente do BC acaba no final deste ano. Com isso, o BC e o Copom serão presididos por Gabriel Galípolo a partir de 2025.
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