Moura Dubeux (MDNE3): Vendas crescem 14% e somam R$ 372 mi no 1T24
Durante o primeiro trimestre, a companhia também adquiriu quatro novos terrenos.
A Moura Dubeux (MDNE3) pagou os primeiros dividendos da sua história na sexta-feira (22), mas não pretende parar por aí. Segundo o CEO da construtora, Diego Villar, o objetivo é distribuir ao menos R$ 100 milhões por ano aos acionistas a partir de 2025.
💰 “A gente quer ser uma empresa de pagamento recorrente de dividendos. Então, instalamos a habitualidade de pagamentos semestrais a partir de agora”, afirmou Diego Villar, indicando que o próximo provento deve ser pago em maio de 2025: “A ideia é pagar sempre em abril ou maio e novembro”.
Em entrevista ao Investidor10, o CEO da Moura Dubeux disse que a meta é possível porque a construtora trabalha para continuar melhorando os seus resultados. “A gente vai ter lucro recorde e vendas recordes neste ano e o ano que vem vai ser melhor”.
Construtora focada no mercado do Nordeste, a Moura Dubeux teve um lucro líquido de R$ 89 milhões no terceiro trimestre deste ano, 92,6% maior do que o do mesmo período de 2023. Além disso, registrou um recorde de R$ 1 bilhão em vendas.
Com isso, a companhia vai encerrar o ano com mais de R$ 2 bilhões em lançamentos e vendas, cumprindo a meta estabelecida cinco anos atrás, quando estreou na bolsa de valores. Por isso, já mira o próximo ciclo de crescimento.
📈 Agora, o objetivo da Moura Dubeux é chegar a R$ 3,5 bilhões em lançamentos e vendas anuais até 2030, mantendo uma baixa alavancagem. Segundo Villar, a companhia não vai tolerar uma alavancagem superior a 20% da dívida líquida sobre o patrimônio líquido.
Para isso, a construtora deve usar o excedente de caixa tanto para remunerar os acionistas, quanto para investir em novos projetos. É por isso, por sinal, que a projeção de R$ 100 milhões de dividendos anuais é vista como conservadora por alguns analistas.
“Eu não fico refém de tamanho, fico refém da lucratividade. O plano é chegar em 2030 com R$ 3,5 bilhões em lançamentos e vendas, desalavancado, crescendo e pagando R$ 100 milhões em dividendos por ano. Vamos crescer com o excedente”, reforçou Villar.
O CEO admitiu, por sua vez, que esse plano pode ser ajustado, de acordo com o cenário macroeconômico: “Hoje, eu tenho o excedente para crescer. Mas, se o Brasil estiver em um recessivo e o acionista não quiser correr o risco, pagamos mais de R$ 100 milhões”.
Diego Villar, por sua vez, avalia que o cenário é positivo para o mercado de atuação da Moura Dubeux.
Ele argumentou que, mesmo com a perspectiva de alta da Selic, a perspectiva é de crescimento da economia brasileira e de queda do desemprego. Por isso, a intenção de compra do imóvel segue em patamares elevados -no terceiro trimestre, marcou 42%, o maior nível desde o final de 2022, segundo o Raio-X FipeZAP.
Além disso, Villar observou que o ambiente competitivo do mercado imobiliário do Nordeste é mais favorável que o do Sudeste, já que conta com menos competidores. “Na nossa região, a VSO (Vendas sobre Oferta) é muito forte. Então, tenho espaço para suportar essas oscilações [de juros]”, afirmou.
Ele disse, então, que a alta de juros não deve mudar o planejamento da companhia. Também descarta impactos significativos das novas regras de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal, que passou a exigir uma entrada maior e está financiando imóveis de no máximo R$ 1,5 milhão.
🏙️ Além disso, a Moura Dubeux vem trabalhando em outras frentes de crescimento. Por isso, lançou no ano passado uma marca voltada para imóveis de classe média, a Mood, e não descarta entrar no programa Minha Casa, Minha Vida com essa plataforma.
“A gente tem estudado esse mercado. Se achar que consegue desenvolver uma linha de produto que o mercado vai entender que tem mais valor do que a média e conseguir rentabilizar nosso acionista melhor do que a média das incorporadoras do Minha Casa, Minha Vida, a gente vai fazer”, disse Villar.
“Dentro do Nordeste, onde a gente puder explorar o nosso potencial de ser uma plataforma de incorporação imobiliária, a gente vai explorar”, concluiu Villar, explicando que a ambição da Moura Dubeux é ser “a melhor incorporadora do Brasil operando no Nordeste”, de forma a entregar valor aos acionistas e também atrair investimentos para a região.
Durante o primeiro trimestre, a companhia também adquiriu quatro novos terrenos.
Por outro lado, volume de lançamentos caiu e caixa foi negativo por causa do ritmo das construções