Como funciona a BRZ, stablecoin atrelada ao real brasileiro

Lançada em 2019, criptomoeda tem mesmo valor do real em espécie

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Publicado em 15/04/2024 às 07:00h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 15/04/2024 às 07:00h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana

📈 Com a inflação alta em vários países, os investidores procuram formas de se proteger contra os aumentos. Uma das saídas é montar uma carteira com moedas fortes, como o dólar norte-americano, e isso pode ser feito com dinheiro em espécie ou, agora, com stabecoins, que são criptomoedas atreladas a uma moeda corrente.

Para países que usam o real como referência, um grupo de empreendedores resolveu criar uma stablecoin lastreada na moeda brasileira. A BRZ (sigla para Brazilian Real Token) surgiu em 2019 junto de outros movimentos internacionais que criaram stablecoin pareadas nas principais economias do mundo.

Cada unidade de BRZ vale exatamente R$ 1, já que a paridade entre a moeda em espécie e a stablecoin é de 1 para 1. Além de servir o mercado estrangeiro, também funciona como uma moeda digital em que brasileiros podem pagar produtos na Web3 sem perder poder de compra.

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Em entrevista ao InfoMoney, Thiago Cesar, cofundador e CEO da Transfero Swiss, empresa responsável pela stablecoin, destacou que a ideia da cripto foi dar aos investidores brasileiros uma alternativa ao sistema financeiro tradicional.

“Para quem gosta de fazer um hedge [proteção], o BRZ é um ótimo ativo. Vai permitir que os brasileiros explorem o mundo das criptomoedas sem as limitações de liquidez características do mercado nacional”, destacou.

Este é um ativo descentralizado, mas que tem sempre um real verdadeiro como contrapartida para justificar sua cotação. Por isso, para brasileiros, não serve como estratégia de investimento para retorno, já que não há variação.

No entanto, pode ser uma boa opção para usuários que operam em moedas mais fracas que a brasileira, já que, nestes casos, a diferença positiva -mas também negativa- pode ser diária.

BRZ é popular

Segundo dados da Receita Federal, a BRZ já se tornou uma das criptos mais populares do país, tendo movimentado R$ 641 milhões no ano passado. Esse número representa um salto de quase 200% em relação em relação ao resultado de 2022, quando as negociações somaram R$ 221 milhões.

Entre as stablecoins, o token esteve em segundo lugar, atrás apenas do Tether (USDT), atrelado ao dólar norte-americano. “Esse crescimento chamou a atenção da Receita Federal que vem acompanhando essa expansão que já movimenta trilhões de dólares em todo o mundo”, disse o órgão fiscal.

Diante disso, a empresa criadora já pensa em formar parcerias para que o serviço seja usado em mais aplicações do que hoje. No ano passado, foi anunciado uma nova linha de crédito, da gestora N4, que ofereceria R$ 40 milhões em créditos baseados a BRZ.

O negócio funcionaria como um capital de giro para pequenas e médias empresas, baseado em blockchain. Com isso, além de movimentar a cripto, ainda fomentaria o uso de ativos digitais por pessoas e empresas que estão fora do mercado.

Na prática, a empresa faz a tokenização de dívidas -como recebíveis de cartão de crédito-, transforma em BRZ e depois converte para real na conta do empreendedor beneficiado. “Essa tecnologia permite oferecer taxas mais atrativas ao mercado, o que possibilita às empresas melhorarem a eficiência operacional na transação”, disse Leonardo Borges, sócio da N4 ao Valor Econômico.

Como lucrar com a BRZ

💸 Se incluir a BRZ na estratégia de investimento não é a melhor opção para quem quer ver seu dinheiro crescer, há outras formas de usar a cripto para alavancar a carteira. É caso do stalking de criptomoedas, uma ferramenta que remunera os investidores pelo uso de seus ativos.

O stalking é o termo inglês para “prova de participação” e se refere a processo de verificação e proteção das transações de uma plataforma de blockchain. O investidor coloca seus ativos à disposição da plataforma, como se fosse um aluguel, e eles se tornem parte do processo de mineração, o que garante um retorno ao usuário.

No caso da BRZ, esse processo é possível por meio da Stakease, criada em uma parceria da Fuse Capital e Transfero em dezembro. A projeção de rendimento é atrelada ao CDI, que é próximo da taxa Selic, hoje é de 10,75% ao ano.

O stalking da Stakease ainda está em fase beta, mas com inscrições abertas para lista de espera. Os investidores podem escolher participar do programa no intervalo de 1 a 24 meses.