Com o tempo fechando em NY, Shein pode fazer IPO em Londres

No país norte-americano, há obstáculos regulatórios, políticos e com as investigações das autoridades chinesas

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Publicado em 27/02/2024 às 20:51h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 27/02/2024 às 20:51h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
Shein - Foto: reprodução

👜 A Shein, uma das maiores marcas de fast fashion do momento, pode fazer a primeira oferta pública na Bolsa de Londres. Fundada na China, no entanto, a empresa está abrindo listagem em Nova York.

No país norte-americano, há obstáculos regulatórios, políticos e com investigações das autoridades chinesas.

Além disso, a comissão de valores mobiliários dos EUA foi pressionada a vetar a listagem da Shein, em partes, por conta de acusações sobre o algodão utilizado na produção ser proveniente de trabalho forçado, especialmente da região de Xinjiang.

O mercado londrino tem enfrentado desafios com a saída de várias empresas listadas e a escassez de novas ofertas públicas. Nesse sentido, a chegada da Shein poderia trazer um grande impulso.

A empresa de moda, agora baseada em Cingapura, apresentou um pedido de IPO em Nova York no ano anterior, com negociações privadas avaliando-a em cerca de US$ 50 bilhões, conforme apurado pela Bloomberg.

Uma listagem no Reino Unido, representando entre 20% e 25% do valor total da empresa, poderia superar outras companhias como Rosneft, em 2005, e Glencore Plc, em 2011. Também seria o dobro do tamanho da Arm Holdings Plc em Nova York. A decisão da Arm de escolher os EUA causou constrangimento em Londres, após pressão de políticos importantes para que a fabricante de chips britânica retornasse ao seu mercado doméstico.

Contudo, apesar dos esforços para atrair empresas para Londres, como a Shein, algumas análises sugerem que a empresa pode optar por Hong Kong devido a questões regulatórias nos EUA e ao desejo de alavancagem em face de barreiras políticas.

A pressão sobre o governo do Reino Unido para impulsionar o mercado de ações de Londres pode facilitar o processo para a Shein, mas questões relacionadas à cadeia de abastecimento, ética e sustentabilidade ainda serão examinadas de perto, tornando a listagem uma potencial fonte de controvérsia.

A ICGN (Rede Internacional de Governança Corporativa, da sigla em inglês) expressou preocupação com a diluição das regras de listagem para atrair negócios, enquanto Hunt considera várias medidas para aumentar as listagens em Londres, incluindo a possibilidade de uma conta poupança isenta de impostos para investimentos em ações britânicas, conhecida como British ISA.

*Com informações da Bloomberg