Acionistas da Cielo (CIEL3) rejeitam nova avaliação de ações para OPA
A determinação dos acionistas da Cielo de não exigir o segundo laudo foi divulgada em comunicado oficial pela companhia.
A Cielo (CIEL3) vai deixar a bolsa brasileira, assim como queriam os seus controladores -os bancos Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).
A operação foi confirmada nesta quarta-feira (14), depois que os bancos conseguiram comprar mais de 736,8 milhões de ações da empresa de maquininhas de cartão.
💳 Bradesco e Banco do Brasil lançaram uma OPA (Oferta Pública de Ações), para comprar as ações da Cielo que estavam em circulação no mercado e, assim, fechar o capital da empresa, em fevereiro.
A operação chegou a ser suspensa, depois que acionistas minoritários questionaram o preço oferecido pelos bancos por cada ação. Porém, acabou conseguindo a aprovação dos acionistas e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) após um ajuste de preço.
O leilão da OPA foi, então, realizado nesta quarta-feira (14) na B3. Bradesco e Banco do Brasil pretendiam comprar até 902,2 milhões de ações da Cielo por R$ 5,82 o papel.
Os bancos, contudo, só seguiriam com o plano de tirar a empresa da bolsa caso conseguissem comprar ao menos 2/3 dessas ações, ou seja, cerca de 601,5 milhões de papeis. E foi isso que aconteceu.
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Bradesco e Banco do Brasil compraram um total de 736.857.044 de ações ordinárias da Cielo, equivalentes a 27,1% do capital social da empresa. Com isso, passaram a deter 93,4% da empresa de maquininhas de cartão.
💰 Ou seja, a OPA conseguiu a adesão de acionistas detentores de mais de 81% das ações que podiam ser compradas pelos controladores da Cielo e, com isso, movimentou cerca de R$ 4,288 bilhões.
A operação será liquidada na sexta-feira (16). Depois disso e do recebimento dos demonstrativos do leilão, a CVM deve verificar se a empresa atendeu os requisitos necessários para a conversão de registro e se manifestar sobre o assunto. A decisão final sobre o fechamento da capital da Cielo, portanto, deve sair em até 30 dias úteis, aproximadamente.
Contudo, a Cielo já deixará o Novo Mercado, o segmento de mais alto padrão de governança corporativa da B3, nesta quinta-feira (15). Com isso, as ações da empresa passam a ser negociadas no segmento básico da bolsa brasileira.
Bradesco e Banco do Brasil ainda têm interesse nas cerca de 165,3 milhões de ações da Cielo que não foram compradas na OPA e seguem em circulação do mercado. Por isso, após a conclusão do leilão, lembraram que os acionistas minoritários da empresa ainda podem vender esses papeis.
Os donos dessas ações podem vendê-las de duas formas:
Bradesco e Banco do Brasil querem comprar essas ações e tirar a Cielo da bolsa para simplificar a estrutura corporativa e organizacional da empresa e, assim, ter "maior flexibilidade na gestão financeira e operacional das suas atividades no Brasil".
A operação ocorre em meio ao aumento da concorrência no segmento de maquininhas de cartão, que tem feito a Cielo perder participação de mercado. A companhia era a líder de mercado, mas perdeu esse posto para a Rede, do Itaú (ITUB4), em 2023.
A determinação dos acionistas da Cielo de não exigir o segundo laudo foi divulgada em comunicado oficial pela companhia.
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