CEO do JPMorgan ataca ideia de reserva de Bitcoin dos EUA e defende foco militar

Dimon afirmou que os EUA deveriam priorizar a acumulação de “balas, mísseis, tanques, aviões e drones” em vez de Bitcoin.

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Publicado em 31/05/2025 às 18:45h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 31/05/2025 às 18:45h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
A declaração ocorre em meio a um cenário de crescente interesse institucional em ativos digitais (Imagem: Shutterstock)

🚨 O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, voltou a adotar um tom crítico em relação ao Bitcoin (BTC) ao comentar a proposta do governo dos Estados Unidos de criar uma reserva estratégica de criptomoedas.

Em participação no Ronald Reagan National Economic Forum, Dimon afirmou que os EUA deveriam priorizar a acumulação de “balas, mísseis, tanques, aviões e drones” em vez de Bitcoin.

A declaração ocorre em meio a um cenário de crescente interesse institucional em ativos digitais, inclusive por parte do próprio JPMorgan, que, apesar das críticas de Dimon, tem expandido o acesso de seus clientes a investimentos em criptomoedas.

Críticas contundentes de Dimon

Conhecido por sua posição histórica de oposição ao Bitcoin, Dimon não poupou palavras. “Não deveríamos acumular Bitcoin. Deveríamos acumular balas, mísseis, tanques, aviões e drones.”

O comentário foi direcionado à iniciativa do governo norte-americano que pretende criar uma reserva estratégica de Bitcoin a partir de moedas apreendidas em ações de combate a crimes financeiros.

Dimon, que em 2017 chamou o Bitcoin de "fraude" e neste ano comparou a criptomoeda a um "esquema Ponzi", reforçou que não vê valor intrínseco no ativo digital e criticou seu uso em atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro e ransomware.

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Mudança gradual no JPMorgan

Apesar das críticas pessoais, o JPMorgan tem ajustado sua postura para acompanhar a crescente demanda dos clientes por criptoativos. O banco liberou a compra de Bitcoin e outras criptomoedas para investidores, ainda que sem oferecer serviços de custódia — o que obriga os clientes a gerenciar seus ativos em plataformas externas.

Em relatório recente, a instituição até mesmo previu que o Bitcoin pode superar o ouro em desempenho na segunda metade do ano, sinalizando uma abordagem mais pragmática e alinhada à evolução do mercado financeiro.

Dimon esclareceu que, embora tenha restrições ao Bitcoin, não defende uma proibição completa. “Embora eu pessoalmente não aprove o Bitcoin, acredito que o governo não deve impedir sua compra e venda. As pessoas têm o direito de investir nele por sua própria conta e risco.”

A reserva estratégica de Bitcoin

🥇 A proposta da criação de uma reserva estratégica de Bitcoin nos EUA visa, inicialmente, a custódia e gerenciamento de ativos digitais confiscados por agências federais. A medida integra uma estratégia mais ampla de modernização das reservas americanas, tradicionalmente compostas por metais preciosos como ouro.

A adoção de criptoativos pelo governo americano divide opiniões. Defensores argumentam que o Bitcoin pode ser uma alternativa de reserva de valor num cenário de desvalorização cambial e tensões geopolíticas.

Críticos, como Dimon, veem a iniciativa como arriscada, dada a volatilidade das criptomoedas e seu uso associado a atividades ilícitas.