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A Casas Bahia (BHIA3) sofreu um prejuízo de R$ 836 milhões no terceiro trimestre de 2023. O dado é cerca de quatro vezes pior do que o registrado no mesmo período de 2022, quando a companhia teve um resultado negativo de R$ 203 milhões.
Em balanço divulgado nesta quarta-feira (8), a Casas Bahia disse que o resultado reflete sobretudo fatores não recorrentes que levaram a uma redução de vendas e da margem bruta. O plano de transformação da empresa, que prevê redução de pessoal, fechamento de lojas e saldões de estoques, também pesou no balanço.
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"Baseado no Plano de Transformação, a Companhia observou no período impacto não recorrente de curto prazo no valor de R$ 3 milhões no lucro bruto, R$ 9 milhões no SG&A (Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas) e R$ 277 milhões na linha de outras receitas e despesas operacionais, vinculadas à reestruturação, como por exemplo otimização do quadro de funcionários e fechamento de lojas", afirmou.
A receita bruta da varejista caiu 5,4% na comparação anual, para R$ 7,8 bilhões. O recuo reflete o achatamento das receitas das lojas físicas (-2,7%) e das vendas online (-9,7%). Com isso, a margem bruta saiu de 30,7% no segundo trimestre de 2022 para 23% no mesmo período de 2023.
As despesas também caíram, para R$ 1,6 bilhão. A redução foi de 10,4% e se deve, especialmente, à redução das despesas com vendas, à redução de pessoal e a menores perdas no crediário, além de racionalização dos gastos com marketing.
Com isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi negativo em R$ 66 milhões no terceiro trimestre, contra um saldo positivo de R$ 390 milhões no mesmo período de 2022. A Margem Ebitda recuou de +5,6% para -1% na comparação anual.
O endividamento bruto foi de R$ 5,1 bilhões, o que representa uma alavancagem financeira de 1,4x. A companhia ressaltou, contudo, que, desconsiderando os passivos de CDCI (Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência) e fornecedor convênio, a dívida cai para R$ 3,7 bilhões. Neste caso, a alavancagem é negativa em 0,5x.
A Casas Bahia disse ainda que segue trabalhando para fortalecer a estrutura de capital. Uma das apostas da companhia nesta linha é a migração do modelo de financiamento do crédito via FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).
Ainda nesta quarta-feira (8), a companhia informou que o seu FIDC está "em fase pré-operacional e buscará uma captação inicial de R$ 600 milhões". O instrumento poderá contar com aportes adicionais, chegando a um capital total de R$ 1,5 bilhão. Porém, ainda depende da "obtenção das aprovações necessárias, incluindo as respectivas aprovações societárias aplicáveis, bem como às condições políticas e macroeconômica nacionais e internacionais e ao interesse dos investidores".
O endividamento da Casas Bahia levou o mercado a olhar com desconfiança para a empresa nos últimos meses, especialmente depois que a varejista realizou uma oferta secundária de ações em setembro.
Depois do follow-on, as ações passaram a ser negociadas por menos de R$ 1 na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). Por isso, a companhia propôs um grupamento de ações em outubro. A proposta será discutida em assembleia em 16 de novembro. Segundo o Investidor10, os papeis da varejista acumulam uma rentabilidade negativa de quase 70% em três meses.
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