Casas Bahia (BHIA3) vai converter US$ 1,5 bi em dívida em ações, veja impactos

Companhia avançou em acordo com credores para fazer a conversão antecipada de debêntures.

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Publicado em 06/06/2025 às 08:45h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 06/06/2025 às 08:45h Atualizado 1 dia atrás por Marina Barbosa
Casas Bahia pretende reduzir alavancagem pela metade com operação (Imagem: Shutterstock)

A Casas Bahia (BHIA3) anunciou na noite dessa quinta-feira (5) um plano para reduzir pela metade a sua alavancagem, por meio da conversão antecipada de US$ 1,5 bilhão em dívidas em ações.

💲A ideia é converter toda a segunda série da sua 10ª emissão de debêntures em ações já a partir deste mês de junho. A conversão já era uma possibilidade, mas era esperada apenas para outubro.

Em fato relevante, a Casas Bahia informou que os detentores de aproximadamente 99,99% desses papeis estão de acordo com a antecipação -Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) são os donos desses papeis.

"A Companhia informa que está em discussões avançadas com determinados credores e contrapartes a fim de adotar as seguintes medidas", declarou.

Com isso, a Casas Bahia espera reduzir pela metade a sua alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda. O indicador estava em 1,6x ao final do primeiro trimestre, mas deve cair para 0,8x após a conversão das debêntures, segundo a varejista.

Impacto para os acionistas

A conversão antecipada de debêntures, no entanto, também deve levar a uma mudança no controle e à diluição da participação dos atuais acionistas da Casas Bahia.

📈 Segundo a companhia, hoje essa medida implicaria na emissão de aproximadamente 328,9 milhões de novas ações, que representariam uma fatia de 77,58% da empresa.

Ou seja, Bradesco e Banco do Brasil ficarão com a maior parte das Casas Bahia e os atuais acionistas estarão sujeitos a uma diluição de 78%, pelos cálculos da Genial Investimentos.

Os bancos, no entanto, não pretendem manter o controle da varejista. Segundo o "Brazil Journal", as instituições vão vender esses papeis para outro player financeiro, cuja identidade ainda não foi revelada.

🗓️ A venda, contudo, terá que ser feita de forma escalonada, dentro de um cronograma de lock-up predeterminado pelas Casas Bahia com o objetivo de não provocar uma pressão repentina no preço dos papeis.

Dessa forma, os bancos poderão vender 10% das novas ações já no trimestre da conversão, outros 15% no trimestre seguinte e assim sucessivamente, sempre com percentuais maiores. Todas as ações devem estar disponíveis para negociação dentro de 16 meses.

Para a Genial Investimentos, "esse modelo evita uma pressão vendedora abrupta no mercado secundário, protegendo a cotação no curto prazo e favorecendo um processo de desalavancagem mais estável".

A casa ainda disse que a antecipação da conversão "sinaliza maior comprometimento com o plano de transformação da companhia".

Outras medidas

Como emitiu R$ 4,5 bilhões em debêntures em julho de 2024, no entanto, a Casas Bahia ainda terá um endividamento relevante para manejar nos próximos meses.

Por isso, a companhia também anunciou a intenção de renegociar os prazos e condições de pagamento da primeira série da sua 10ª emissão de debêntures, que soma R$ 1,67 bilhão.

A operação já conta com o apoio dos detentores de mais da metade dessas debêntures. E, de acordo com a varejista, deve proporcionar "maior fluxo de caixa livre, provendo flexibilidade financeira para investir no crescimento e aumento de eficiência de suas operações".

Além disso, a Casas Bahia pretende pedir autorização aos demais debenturistas da 10ª emissão para realizar "eventos de liquidez" em um prazo de 12 meses.

A ideia é levantar até R$ 500 milhões e usar essa verba no crescimento e aprimoramento de suas operações e não no pagamento antecipado dessas debêntures.