2025 é o ano do ouro caro e do dólar barato; saiba o pódio dos investimentos
Metal precioso se valoriza quase +30% no ano, ao passo que o dólar tem a maior queda anual desde 2016.
Em meados do começo do ano, os brasileiros já não sabiam mais qual seria o destino da principal moeda do mundo. O dólar norte-americano chegou a ser cotado a R$ 6,20, valor jamais visto na história, o que acendia alerta também para o ritmo da inflação.
Desde então, muita coisa mudou para melhor, com o real operando com desconto de quase R$ 1. No ano, a valorização já é de 15%, segundo dados do Banco Central.
Na quinta-feira (18), a moeda fechou em R$ 5,30, mas em alguns momentos chegou a operar aos R$ 5,26. Esse foi o patamar mínimo dos últimos 12 meses.
Em razão do bom momento, já há quem aposte que a divisa dos EUA pode cair ainda mais frente à brasileira. O BTG Pactual (BPAC11), por exemplo, aposta em uma entrada na faixa de R$ 4,60 -para a alegria dos viajantes e investidores.
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Os analistas do banco de investimentos fazem essa aposta com base em uma análise técnica que sugere uma transição para um cenário ainda melhor.
“A projeção técnica da figura considera a distância entre o topo do gráfico e a base, apontando próximos objetivos em R$ 4,90 (61,8%) e R$ 4,60 (100%) no médio prazo”, dizem Lucas Costa e Gabriela Sporch, que assinam o relatório do BTG. “A continuidade do movimento de queda pode levar a moeda para a faixa dos R$ 5,15 (100%) e R$ 5,00 (161,8%) nos próximos dias”, escrevem.
Não há como cravar exatamente se a moeda chegará a esse nível, mas o fato é que o dólar tem perdido sua força ao redor do mundo. Só nos últimos seis meses, o índice DXY, que mede a força da divisa, caiu quase 6%, o que indica uma pressão não só ante o real, mas a diversas moedas que existem.
Outra forma de avaliar esse desempenho é na comparação com o euro, a segunda mais negociada do mundo. Neste ano, a queda do dólar foi de 12%, descolando-se do patamar aproximado de 1:1 que foi mantido por muitos anos.
A XP Investimentos destaca que a política tarifária de Donald Trump prejudicou a credibilidade que o dólar tinha. Por muito tempo, as reservas na moeda local eram tidas como um porto seguro, mas, desde que o presidente chegou ao cargo, essa noção foi invertida.
"Em um contexto de “vai e vem” de tarifas de importação e escalada de conflitos diplomáticos entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais, ganhou força um movimento de rotação de investidores para além da maior economia do mundo – impactando diretamente o dólar, além dos mercados acionário e de renda fixa", diz relatório da gestora.
No caso da corretora, a aposta é um pouco mais pessimista de que o câmbio fique na casa de R$ 5, colocando o cenário interno do Brasil na conta. A corretora simulou três cenários que consideram questões como inflação, commodities e quadro fiscal dos países.
“Nossas simulações econométricas apontaram para uma taxa de câmbio variando entre 5,00 reais por dólar no cenário otimista e 6,30 reais por dólar no cenário pessimista. Nosso cenário base prevê a taxa de câmbio em 5,50 reais por dólar ao final de 2025”, escreveram Rachel de Sá, Rodolfo Margato e Luíza Pinese.
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