Brasileiros somam quase R$ 7 tri investidos, mas “abandonam” R$ 1 tri na poupança

De acordo com a Anbima, o volume total de recursos investidos atingiu a marca de R$ 6,96 trilhões.

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Publicado em 14/08/2024 às 10:22h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 14/08/2024 às 10:22h Atualizado 1 mês atrás por Matheus Rodrigues
Imagem: Shutterstock.

💲 O mercado financeiro brasileiro testemunhou um crescimento expressivo nos investimentos das pessoas físicas durante o primeiro semestre de 2024.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgados nesta terça-feira (13), o volume total de recursos investidos atingiu a marca de R$ 6,96 trilhões, representando um aumento de 7,6% em relação a dezembro de 2023.

Este montante inclui diferentes segmentos de investidores, desde o private até o varejo tradicional e de alta renda.

No segmento private, que cresceu 3,3%, o total investido chegou a R$ 2,18 trilhões, enquanto o varejo, que compreende tanto alta renda quanto o tradicional, somou R$ 4,77 trilhões, um aumento significativo de 9,6%.

Renda Fixa Ganha Espaço

Entre as diversas modalidades de investimentos, a renda fixa se destacou, sendo a opção preferida pelos investidores, com um crescimento de 10,1%, totalizando um acréscimo de R$ 370,9 bilhões.

A alta da taxa Selic, que permanece em dois dígitos, foi um dos principais impulsionadores dessa tendência, conforme destacou Ademir A.

Correa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima. "A Selic está muito atrativa", afirmou ele durante uma coletiva de imprensa.

Poupança Ainda “Engana”

Apesar dos esforços para aumentar a educação financeira e a diversificação dos investimentos, a poupança ainda concentra quase R$ 1 trilhão dos recursos dos investidores.

Este dado revela uma persistente preferência por essa modalidade, mesmo diante de alternativas potencialmente mais rentáveis no mercado.

Certificados Isentos Mantêm Popularidade

Outro destaque do semestre foram os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), ambos isentos de imposto, que cresceram 25,5% e 22,9%, respectivamente.

Esses instrumentos financeiros continuam a atrair investidores, especialmente no varejo, que registrou crescimentos de 40,2% nos CRIs e de 34% nos CRAs.

Por outro lado, as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), também isentas de imposto, tiveram um crescimento mais modesto, de apenas 3,6%.

Segundo Correa Júnior, as novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN), que restringiram as emissões e aumentaram os prazos de carência, reduziram a atratividade dessas opções.

Análise Final

📊 Os dados do primeiro semestre de 2024 mostram uma clara preferência dos investidores brasileiros por aplicações em renda fixa, impulsionadas pela elevada taxa Selic.

No entanto, a poupança ainda detém uma parcela significativa dos recursos, evidenciando uma resistência à diversificação.

Enquanto isso, os certificados isentos continuam a ganhar espaço, mostrando que, apesar das mudanças regulatórias, certos instrumentos financeiros mantêm sua popularidade.

Este cenário reforça a importância de uma contínua educação financeira e a necessidade de adaptações estratégicas por parte dos investidores para maximizar seus retornos em um ambiente econômico desafiador e em constante mudança.