O
Bitcoin (BTC) marcou uma nova mínima de preço nesta terça-feira (18), ao tocar os
US$ 89,3 mil no início do dia, se aproximando do seu momento mais barato nos últimos 12 meses, algo que não se repetia desde abril de 2025, quando os mercados globais se assustavam pela primeira vez com as tarifas comerciais de Donald Trump.
E quem está provocando a derrocada do Bitcoin e do mercado de
criptomoedas na totalidade é o forte fluxo vendedor, conforme explicam os especialistas. Se antes bilhões de dólares entravam nos
ETFs de criptoativos, agora observamos o caminho inverso.
Para se ter uma ideia, os
ETFs de Bitcoin à vista na bolsa de valores americana tiveram saídas líquidas de US$ 2,59 bilhões no acumulado de novembro, quase o pior resultado do ano, apenas perdendo para a saída líquida de US$ 3,56 bilhões em fevereiro.
Especialistas não escondem qual tem sido a principal estratégia dos grandes entusiastas de criptomoedas no momento: a proteção de lucros e o rebalanceamento de portfólios.
Afinal de contas, movimentações recentes de US$ 1 bilhão em
BTC relacionadas ao reembolso da corretora japonesa
Mt. Gox aos seus clientes, tende a amassar os preços do Bitcoin de volta aos US$ 82 mil no curto prazo.
Em 2014, a exchange foi alvo de ataquer hacker que resultou na perda de 850 mil
BTC, resultando em seu pedido de recuperação judicial. Já em 2023, os administradores da massa falida da Mt. Gox anunciaram o reembolso parcial de 142 mil
BTC aos clientes, processo que continua até os dias atuais.
Bitcoin valendo US$ 82 mil?
Quem gosta de acompanhar o movimento gráfico da criptomoeda deve se recordar que o ponto mais barato do Bitcoin em 2025 ocorreu aos US$ 74,4 mil no dia 7 de abril. Caso o
BTC recue para o
próximo piso em US$ 82 mil, estaria apenas com 10% de sobrepreço em relação ao fundo do poço do ano.
Em contrapartida, o pico de preço do
BTC segue em US$ 126,1 mil, registrado no dia 6 de outubro de 2025. Mesmo que o Bitcoin tenha recuperado atualmente um pouco de fôlego nesta tarde, negociando a US$ 93,1 mil por volta das 15h (horário de Brasília), ainda segue com desconto de -26%.
O que chama a atenção nesta correção enfrentada pelo Bitcoin e demais criptomoedas é a redução de interesse momentânea dos investidores institucionais, grandes bancos e empresas que vinham comprando cada vez mais moedas virtuais em suas reservas.
Na visão de especialistas, as grandes fortunas de Wall Street seguem confiantes na visão de longo prazo para o Bitcoin, só que seu posicionamento de curto prazo enxerga poucos catalisadores que poderiam mudar a chave mais pessimista do mercado, que, no geral, apresenta maior aversão ao risco.
Segundo analistas do BTG Pactual, os investidores de longo prazo estão reduzindo posições recentemente e as compras de ETFs e tesourarias corporativas ficaram abaixo da emissão de novos Bitcoins.
"Enquanto esse quadro não melhorar, preferimos exposição em ativos de maior qualidade e entradas graduais, condicionadas à manutenção do suporte da média móvel de 50 semanas do
BTC", concluem os analistas Lucas Josa e Matheus Parizotto, em relatório.
