Após exclusão dos índices da B3, Azul (AZUL4) tem ADRs suspensos nos EUA
A decisão ocorre após o pedido de recuperação judicial nos EUA, via Chapter 11, protocolado na última quarta-feira (28).
A Azul (AZUL4) deve ter uma frota menor de aeronaves ao término do processo de recuperação judicial, iniciado nesta quarta-feira (28) nos Estados Unidos.
Em conexão com a reestruturação, a companhia elaborou um novo plano de negócios "focado na otimização significativa da frota com crescimento moderado do ASK", a sua capacidade de voos. O objetivo é "melhorar a resiliência e reduzir o risco geral, a exposição cambial e a alavancagem".
✈️ Para isso, a Azul prevê uma redução de mais de 35% no número de aeronaves da sua frota futura.
A companhia tinha 184 aviões ao final do primeiro trimestre e esperava terminar este ano com uma frota de 201 aeronaves, chegando a 218 aviões ao final de 2027.
O novo plano de negócios, no entanto, indica que esse número cairá para 170 até o final deste ano e estará em 172 ao final de 2027.
Com isso, a expectativa de crescimento da sua capacidade de voos diminuiu de 11,1% para 3,8% entre 2025 em 2029. Já a projeção para a taxa composta de crescimento anual das receitas passou de 11,9% para 7,6%.
📉Para este ano, a Azul ainda projeta uma receita de R$ 22 bilhões. Já para 2026, a previsão de faturamento passou de R$ 24,6 bilhões para R$ 23,1 bilhões. Para 2027, caiu de R$ 27,9 bilhões para R$ 24,9 bilhões.
Na apresentação ao mercado, a companhia admitiu que a revisão implica em "metas de receita e EBITDA mais modestas". Contudo, disse que a revisão do plano de negócios também deve diminuir os custos e a alavancagem.
💲 A despesa com juros, que foi de U$S 342 milhões em 2024, por exemplo, deve cair para US$ 113 milhões este ano. Antes, a projeção era de uma despesa de US$ 216 milhões em 2025.
Já a alavancagem medida pela dívida líquida sobre o EBITDA, que atingiu 5,2x em 2024, deve cair para 3,2x em 2025, 2,2x em 2026 e 1,7x em 2027, pelos cálculos da Azul.
A Azul entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos para tentar eliminar mais de US$ 2,0 bilhões em dívidas financeiras.
A companhia aérea ainda pretende readequar contratos de leasing e otimizar sua frota, para sair desse processo com "com maior flexibilidade e sustentabilidade operacional e financeira".
O processo conta com apoio dos seus principais credores e parceiros. Por isso, já prevê um financiamento de aproximadamente US$ 1,6 bilhão de parceiros financeiros, do tipo DIP (debtor-in-possession).
Diante desse acordo, a expectativa do CEO da Azul, John Rodgerson, é que a recuperação judicial dure no máximo um ano. Veja aqui os detalhes.
A decisão ocorre após o pedido de recuperação judicial nos EUA, via Chapter 11, protocolado na última quarta-feira (28).
O Bradesco já havia cortado a recomendação de compra para neutra no início da semana.