Ata do Copom traz pistas de como aproveitar a renda fixa em 2026? Veja repostas

Economistas interpretam qual é o recado do Banco Central sobre a Selic e a direção dos juros compostos.

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Publicado em 11/11/2025 às 16:01h - Atualizado 21 minutos atrás Publicado em 11/11/2025 às 16:01h Atualizado 21 minutos atrás por Lucas Simões
Taxas no Tesouro Direto acentuam queda e já rendem abaixo de 13% ao ano (Imagem: Shutterstock)
Taxas no Tesouro Direto acentuam queda e já rendem abaixo de 13% ao ano (Imagem: Shutterstock)
Mesmo o investidor que só lê a manchete das notícias já sabe que a mais recente ata do Copom (Comitê de Política Monetária) deu a entender que a taxa Selic em 15% ao ano ainda não tem sinais de cortes em 2025. Todavia, os investimentos em renda fixa já reagem fortemente aos últimos indicadores econômicos, dando pistas sobre o que esperar em 2026.
Só de olhar para as taxas oferecidas no Tesouro Direto nesta terça-feira (11), notamos uma clara debandada para baixo dos juros compostos pagos por quem empresta dinheiro ao governo brasileiro, que já chega a render menos de 13% ao ano. 
Basta acompanhar a trajetória do Tesouro Prefixado 2028, cuja remuneração era de 13,03% ao ano na véspera e atualmente só paga 12,87% ao ano, o menor patamar para o título público desde o seu lançamento no Tesouro Direto em fevereiro de 2025.
Tudo isso acontece a despeito da taxa Selic seguir em 15% ao ano e o próprio Banco Central (BC) jurar de pé junto, como atesta a ata do Copom, que não está pensando em aliviar a taxa básica de juros brasileira nem tão cedo. 
Para Étore Sanchez, economista-chefe da corretora Ativa Investimentos, o nosso BC já dá pitadas de uma política monetária mais dovish (termo em inglês para cortes de juros), tendo já esmorecido em alguns pontos em sua comunicação mais hawkish (termo em inglês para aumentos de juros).
"Finalmente o BC descarta a possibilidade de subir os juros de maneira formal, mostrando maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", destaca o especialista.

Renda fixa com lucro na marcação a mercado

Tal leitura mais técnica dos agentes do mercado sobre a ata do Copom ajuda a entender o porquê certos investimentos de renda fixa já desembestaram em lucros com marcação a mercado, tendência que deve intensificar ao longo do próximo ano.
Afinal de contas, quando as taxas dos prefixados e indexados à inflação (IPCA+) recuam com as novas apostas do mercado, em compensação, desarava-se ganhos com marcação a mercado sobre o preço unitário dos investimentos em renda fixa.
Outro indicador econômico que reforça a narrativa dos lucros com marcação a mercado para a renda fixa ao longo de 2026 é o resultado do IPCA em outubro de 2025, que subiu apenas +0,08%, a menor taxa para o mês desde 1998. Com a inflação oficial brasileira sob controle, mais espaço se teria para cortes da taxa Selic
Na visão de Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, a leitura do IPCA de outubro revela que a inflação brasileira veio abaixo da média esperada pelo mercado, indicando ainda a continuidade da desaceleração da atividade econômica.