As tarifas de Trump para o Brasil vão afetar os FIIs?

🏠 Com o anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), alguns investimentos como ações podem ser afetadas, algo já noticiado pelo Investidor10, já outros, como FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários) nem tanto, mas o cenário exige atenção. 

Embora não atinjam diretamente os fundos imobiliários, as tarifas interferem no cenário macroeconômico, impactando o câmbio, os juros, o consumo e setores específicos da economia brasileira.

A desvalorização do real é uma consequência esperada, já que a menor entrada de capital estrangeiro tende a pressionar os mercados emergentes, é o que explicou Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos. 

"Um real mais fraco pressiona a inflação e induz o Banco Central a manter juros elevados por mais tempo, impactando negativamente a atratividade relativa dos FIIs frente à renda fixa. Além disso, o aumento de volatilidade reduz apetite por ativos de risco, o que tende a aumentar os 'descontos' nos preços das cotas dos FIIs, especialmente aqueles cujo valor patrimonial é mais sensível ao cenário macro", avaliou. 

💸 De acordo com ele, os FIIs com maior exposição atualmente são os de logística, industriais, corporativas e FIIs ligados a agronegócio, por estarem ligados ao comércio exterior. A queda no volume de exportações pode impactar negativamente a demanda por galpões e centros de distribuição. 

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"Também poder ser afetados FIIs ligados a agronegócio via Fiagro, especialmente aqueles expostos a propriedades de café, suco de laranja, carne ou commodities exportadas a EUA, pois essas cadeias terão custos elevados e retração de mercado, e FIIs de lajes corporativas com empresas exportadoras ou setores industriais", analisou Patzlaff. 

💰 Na mesma linha, Sylvio Martins, analista de produtos alternativos da Arton Advisors, também acredita que as tarifas de Trump não devem impactar os FIIs, mas salienta que: "ativos estão sujeitos a volatilidades atípicas em cenários de estresse, o que pode resultar em um cenário negativo por uma questão de liquidez."

Na avaliação de Martins, mesmo mexendo com a balança comercial, a medida não afetará o desempenho  no 2º trimestre de 2025 dos imóveis detidos pelos FIIs.

O ideal, no momento, é que o investidor adote algumas estratégias, reduzindo o risco no Brasil. "O investidor deve aproveitar oportunidades de desconto, fundos de qualidade com bom mandato podem estar sendo negociados abaixo do valor patrimonial...Também deve avaliar uso de derivativos cambiais e ajustar exposição à taxa de juros para proteger-se de subida dos juros", analisou Patzlaff.