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A Lojas Americanas (LAME3) disse nesta sexta-feira (27) que fez novos avanços na negociação com seus credores. Por isso, considera a possibilidade de colocar o seu novo plano de recuperação judicial para deliberação em assembleia ainda em 2023.
Em fato relevante publicado após o fechamento do mercado, a Americanas disse que fez uma nova proposta aos seus principais credores, considerando o novo compromisso de desembolso dos seus acionistas de referência.
Em 10 de outubro, os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira ampliaram de R$ 10 bilhões para R$ 12 bilhões o montante que devem aportar no início do processo de reestruturação para capitalizar a companhia.
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"Essa proposta possibilitou uma significativa evolução das negociações com os Credores", afirmou a Americanas nesta sexta-feira (27). A varejista ainda previu um andamento mais célere da recuperação judicial com isso.
"A Companhia estima que, caso o atual ritmo de avanço nas negociações e elaboração de documentos perdure, seja possível realizar a assembleia geral de credores para aprovar seu PRJ (Plano de Recuperação Judicial) ainda em 2023", afirmou.
Mais detalhes da nova versão do plano de recuperação judicial das Americanas devem ser apresentados no dia 13 de novembro, quando a varejista promete apresentar as demonstrações financeiras de 2022. Contudo, a companhia adiantou que fará ajustes nas condições de pagamento dos credores listados na Classe III (quirografários).
A Americanas "decidiu estender a opção de pagamento à vista, sem deságio e sem correção, a ser paga em uma parcela única após a data de homologação do PRJ, a todos os credores sujeitos aos efeitos da recuperação judicial listados da Classe III (quirografários), titulares de créditos até o valor de R$ 12 mil".
Já para os credores quirografários que apresentam um crédito superior a R$ 12 mil a companhia disse que pretende oferecer "a opção de receberem até R$ 12 mil para a quitação total de seus respectivos créditos, observadas as condições a serem previstas no PRJ".
O pagamento dos credores quirografários é um dos impasses da primeira versão do plano de recuperação judicial da Americanas, por causa dos descontos que a companhia propôs aplicar nas dívidas superiores a R$ 12 mil. Alguns credores refutaram o acordo proposto inicialmente dizendo que, em alguns casos, o abatimento chegava a 60% ou 80%.
Apesar dos avanços no plano de recuperação judicial, a Americanas adiou novamente a divulgação das demonstrações financeiras referentes ao ano de 2022. O balanço estava previsto para a próxima terça-feira (31), mas foi adiado para 13 de novembro.
A companhia justificou o adiamento dizendo que "verificou novas informações e documentos, sem impactos significativos esperados, cuja análise exige um período de tempo incremental àquele anteriormente previsto".
"Em razão disso, e com foco na qualidade e adequação do tratamento de suas informações contábeis, a Companhia necessitará de dias adicionais ao prazo inicialmente estimado para concluir os trabalhos, que já estão em fase final", afirmou.
A Americanas promete fazer uma call no dia da publicação para discutir os resultados com os investidores e atualizar o mercado sobre a evolução do plano de recuperação judicial. Além disso, a companhia deve apresentar o plano estratégico que "já está sendo implementado e que norteará seu desempenho operacional e financeiro futuros".
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