Americanas (AMER3): Relatório revela detalhes ‘alarmantes’ da fraude bilionária

Um relatório recentemente divulgado, destaca seis pontos centrais que revelam a magnitude das irregularidades cometidas.

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Publicado em 03/10/2024 às 10:13h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 03/10/2024 às 10:13h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Rodrigues
Estima-se que R$ 3,4 bilhões em despesas deixaram de ser declarados nos balanços (Imagem: Shutterstock)

🚨 A investigação sobre o escândalo contábil da Americanas (AMER3) trouxe à tona novos e impactantes desdobramentos.

Um relatório recentemente divulgado pelo comitê independente, contratado para apurar o rombo de R$ 25 bilhões nas contas da varejista, destaca seis pontos centrais que revelam a magnitude das irregularidades cometidas pela companhia ao longo dos anos.

Risco sacado: A base do esquema

Um dos principais elementos da fraude foi a manipulação do chamado "risco sacado", um mecanismo usado por empresas para antecipar pagamentos a fornecedores.

No caso da Americanas, o erro crítico foi não reconhecer esses valores como dívida, o que ajudou a esconder a real condição financeira da empresa.

Estima-se que R$ 3,4 bilhões em despesas deixaram de ser declarados nos balanços, maquiando o passivo da companhia.

Contratos de propaganda: Forja e desvio

O relatório também aponta que a empresa utilizava contratos fictícios de Verba de Propaganda Cooperada (VPC) para ajustar suas dívidas com fornecedores.

Essa manobra permitia à varejista reduzir os montantes devidos, criando a ilusão de uma maior solidez financeira. Parte desses contratos, conhecidos como "VPC B", sequer existiam, conforme foi revelado pela investigação.

Conivência bancária

💰 Outro fator alarmante que veio à tona foi o envolvimento de funcionários de bancos com os executivos da Americanas.

Esses colaboradores bancários teriam auxiliado a ocultar operações irregulares, como o risco sacado, enviando informações falsas para auditorias, que acabaram sendo ludibriadas.

Esse esforço coordenado entre a companhia e seus parceiros financeiros foi crucial para o sucesso da fraude.

Conflitos com auditorias

O relatório detalha momentos de tensão entre a diretoria da Americanas e as auditorias externas.

Muitas vezes, os auditores se deparavam com dados incompletos ou inconsistentes, o que dificultava a análise correta das finanças da empresa. Essa falta de transparência contribuiu para a perpetuação do esquema.

Vendas de ações antes do colapso

O quinto ponto investigado envolve a venda de ações por executivos da Americanas antes que o mercado tivesse conhecimento da fraude.

No segundo semestre de 2022, cerca de R$ 287 milhões em ações foram negociadas, o que gerou suspeitas de que esses diretores sabiam do rombo iminente e buscaram se desfazer de suas participações antes da divulgação dos resultados.

Mudança na presidência acelera exposição

📈 A chegada de Sérgio Rial à presidência da Americanas, em 2023, foi um divisor de águas no escândalo.

 Com a nova gestão, os executivos da companhia perceberam que seria cada vez mais difícil continuar mascarando os números.

O relatório sugere que a preocupação entre os diretores aumentou consideravelmente, com diálogos revelando o temor de que a nova liderança descobrisse as irregularidades.

O caso da Americanas serve como um alerta para o mercado sobre a importância de uma governança corporativa sólida e transparente, além de destacar o papel crucial das auditorias e instituições financeiras na fiscalização das operações das empresas.