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A Americanas (AMER3) conseguiu aprovar o seu plano de recuperação judicial. O plano foi aprovado por 91,14% dos credores que participaram da assembleia desta terça-feira (19) e, segundo o CEO da empresa, Leonardo Coelho, deve permitir a retomada do crescimento sustentado da varejista.
🚨 Os credores que votaram a favor do plano de recuperação judicial representam 97,19% do total da dívida da varejista. A Americanas precisava do aval de mais da metade dos credores, mas já chegou à assembleia com o apoio de uma "parcela significativamente superior a 60% da dívida da Companhia".
A assembleia geral de credores das Americanas começou por volta das 14h desta terça-feira (19) e se arrastou por mais de seis horas. Logo no início, os credores votaram a possibilidade de adiamento da decisão, em virtude das últimas mudanças no plano de recuperação judicial, mas rejeitaram a proposta e seguiram esclarecendo dúvidas com a varejista até a votação final do plano.
💰 Cerca de 97,35% dos credores da classe 3, de créditos quirografários sem garantias, participam da assembleia. Essa categoria inclui bancos e fornecedores e envolve uma dívida de R$ 49,9 bilhões. Isto é, a maior parte da dívida de R$ 50,1 bilhões da Americanas. O restante do débito diz respeito a dívidas trabalhistas (R$ 82,9 milhões) e microempresas ou empresas de pequeno porte (R$ 180,2 milhões).
No início da assembleia, o CEO da Americanas, Leonardo Coelho, agradeceu o empenho de todos que participaram da construção do plano de recuperação judicial da companhia. Para ele, o plano endereça "a complexidade da dívida e as particularidades da operação das Americanas". Por isso, deve "equilibrar os passivos e destravar um crescimento sustentado", além de " pavimentar um caminho de reconstrução e retorno da geração de valor para todos os stakeholders" da varejista.
🤝O plano de recuperação judicial das Americanas foi costurado nas últimas semanas com os principais credores da companhia, especialmente os bancos. O acordo final prevê a capitalização de até R$ 24 bilhões da varejista, sendo R$ 12 bilhões dos seus acionistas de referência (o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles) e até mais R$ 12 bilhões dos bancos credores.
Já os demais credores da companhia devem ser pagos em prazos que variam de 30 dias a 20 anos, de acordo com o tipo e o valor do crédito. Alguns créditos, no entanto, serão pagos com deságios de até 93%.
📈 Com a capitalização, os credores devem passar a responder por cerca de 45% a 48,2% do capital social da empresa ao final do aumento de capital. Já a participação dos acionistas de referência deve passar dos atuais 30,1% para algo em torno de 46% a 49,3% do capital social da companhia. A participação de outros acionistas, que hoje é de 69,9%, será achatada para cerca de 9% a 2,5%.
As ações que serão emitidas por meio do aumento de capital foram precificadas por R$ 1,30 pela companhia nesta madrugada. O valor considera o preço médio ponderado das ações da companhia nos últimos 60 dias multiplicado por 1,33 vezes.
O plano de recuperação judicial da companhia também prevê a venda de ativos da companhia, como uma forma de captar recursos para a companhia e para o pagamento antecipado de debêntures.
💻 Pelo documento, a Americanas venderá a Hortifruti Natural da Terra e a Uni.Co, empresa de franquias detentora de marcas com Imaginarium e Puket. Além disso, a varejista pode avaliar a venda da sua operação de varejo digital, inclusive o marketplace, e da Ame Digital, instituição de pagamento responsável por serviços de wallet.
Em fato relevante, a Americanas lembrou que o plano aprovado em assembleia deve ser submetido à homologação da Justiça, por meio do Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, dentro do processo de recuperação judicial da companhia.
A companhia acredita, por sua vez, que o plano aprovado "atende a todas as partes interessadas de forma equilibrada e representa um importante passo no processo de reestruturação do Grupo Americanas".
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