Lucro da Ambev (ABEV3) despenca 10,9% no quarto tri de 2023
O fluxo do caixa, no entanto, atingiu R$ 13,949 bilhões no trimestre, uma alta de 18,1% em comparação ao mesmo período em 2022
🍺 O JPMorgan cortou a recomendação da compra para neutra das ações da Ambev (ABVE3). Os resultados do quarto trimestre de 2023 impulsionaram o reajuste, que ficaram aquém das expectativas, além da perspectiva de custo mais desafiadora que o previsto.
Isso levou o banco a concluir que as oportunidades para um crescimento surpreendente nos lucros em 2024 estão agora mais restritas. O preço-alvo para ABEV3 também foi alterado para baixo, passando de R$ 15,50 para R$ 14, o que ainda representa um potencial de valorização de 11% em relação ao fechamento anterior.
Conforme indicado no relatório, a Ambev tem demonstrado um desempenho sólido no mercado de cervejas no Brasil, com um crescimento saudável na receita, controle eficiente das despesas operacionais, manutenção de preços sólidos e foco em inovação.
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No entanto, a parte crucial para impulsionar a margem, que seria uma redução significativa nos custos devido à queda nos preços das commodities, também não supriu as expectativas, de acordo com a orientação da cervejeira, levantando preocupações sobre a sustentabilidade das margens nas operações futuras.
Além disso, conforme diz o relatório, há uma falta de clareza sobre melhorias nas operações internacionais, especialmente em relação ao desempenho fraco no Canadá e na Argentina, bem como sobre o momento de quaisquer medidas para mitigar os impactos tributários observados no final de 2023.
Portanto, o JPMorgan reduziu as estimativas consolidadas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações internacionais em -3%, para R$ 10,659 bilhões.
O banco também revisou para baixo sua previsão de Ebitda consolidado para 2024 em 1,6%, para R$ 26,790 bilhões, agora 5% abaixo do consenso da Bloomberg, e reduziu a projeção de lucro por ação (EPS) para 2024 em -4,3%, para R$ 0,79, o que representa -15% abaixo do consenso.
Para este ano, o JPMorgan reconhece ainda alguns catalisadores positivos para a receita (como o carnaval, a confiança do consumidor e o mercado movendo-se para uma estrutura de duopólio), porém as comparações na receita estão se tornando mais desafiadoras.
Com reduções de custos em níveis de um dígito baixo, os analistas preveem uma melhoria na margem de 232 pontos-base ao longo do ano, levando a margem terminal da Ambev a 34-35%. Apesar de esperarem que a Ambev entregue um sólido crescimento de 13% no Ebitda para cervejas no Brasil em 2024, a instituição acredita que as oportunidades para surpresas positivas nos lucros estão diminuindo.
O JPMorgan observa que as avaliações não estão excessivamente altas, mas uma reclassificação parece improvável devido à desaceleração no crescimento dos lucros. A ação da Ambev está sendo negociada a 15,9 vezes o Preço (P)/Lucro (L) em 2024. Entretanto, a taxa de crescimento anual composta do lucro por ação, estimada pelo banco em 10% para o período de 2024 a 2028, pode não ser suficiente para justificar uma reclassificação da empresa.
O fluxo do caixa, no entanto, atingiu R$ 13,949 bilhões no trimestre, uma alta de 18,1% em comparação ao mesmo período em 2022
O banco determinou preço-alvo de R$ 16, com potencial de valorização de 19,7%