Agência alerta que EUA podem ter rating rebaixado por declínio fiscal

Embora o rating dos EUA seja "AA+", há risco de rebaixamento caso as dívidas do governo geral aumentem

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Publicado em 02/03/2024 às 16:46h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 02/03/2024 às 16:46h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
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💵 A Fitch emite alerta sobre a situação fiscal dos Estados Unidos, apesar do forte crescimento econômico do país. Embora mantenha o rating dos EUA em "AA+", com perspectiva estável, a agência adverte que o país corre o risco de um rebaixamento caso as dívidas do governo geral aumentem significativamente ou se a credibilidade da política macroeconômica for comprometida.

De acordo com a agência de classificação de risco, o déficit do governo geral em 2023 deve atingir cerca de 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) americano, um aumento considerável em relação aos 3,7% registrados em 2022. Para 2024, prevê-se que o déficit desacelere para 8% do PIB.

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A Fitch observa uma queda significativa nas receitas do governo em 2023, impulsionada pelo aumento dos encargos com juros, mas espera que as receitas retornem à média histórica neste ano. No entanto, as taxas de juros mais altas devem continuar elevando o déficit, com projeção de aumento para 8,2% do PIB em 2025.

Enquanto a dívida pública em relação ao PIB continua a crescer nos EUA, a Fitch destaca um governo cada vez mais dividido que dificulta o progresso no processo orçamentário. A agência ainda estima que a relação dívida/PIB atinja 120,7% até o final de 2025, um nível considerado muito elevado, indicando uma aceleração. 

A falta de uma âncora orçamentária tem impedido o governo de lidar com questões de médio prazo, como o envelhecimento da população e os programas de despesas obrigatórias.

A agência afirma que o vencedor das eleições presidenciais de 2024 terá que aprovar e implementar uma nova legislação, uma vez que a suspensão do limite da dívida expira em dezembro de 2024.

Para elevar o rating dos EUA, a Fitch sugere a implementação de um ajuste fiscal para conter o aumento das despesas obrigatórias ou a busca por receitas adicionais que reduzam a dívida pública em relação ao PIB. Além disso, uma melhoria sustentada na governança poderia levar a uma maior estabilidade fiscal na maior economia do mundo.