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A Adidas teve um prejuízo de 75 milhões de euros em 2023, o equivalente a cerca de R$ 408 milhões, na cotação atual. Foi a primeira vez em 30 anos que a companhia terminou o ano no vermelho e parte das perdas se explica pelo fim da parceria com o rapper Kanye West.
🗣️ A Adidas terminou uma parceria de quase oito anos com Kanye West em outubro de 2022, depois de comportamentos racistas e antissemitas do rapper americano. À época, a empresa disse que comentários e ações do artista haviam sido "inaceitáveis, odiosas e perigosas e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça".
Com a decisão, a Adidas encerrou a produção dos calçados que vinha desenvolvendo junto com o rapper e integravam a coleção Yeezy. A empresa, contudo, ficou com um grande estoque dos produtos. Por isso, em maio de 2023, decidiu vender uma parte e doar outros itens da coleção que era assinada por Kanye West.
💲O fim da parceria com o rapper americano teve um impacto negativo de 600 milhões de euros nos resultados da Adidas no quarto trimestre de 2022 e voltou a pesar nos resultados de 2023. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13), a descontinuação da coleção Yeezy causou um prejuízo de 500 milhões de euros em 2023. Isto é, mais de R$ 2,7 bilhões.
Com o baque, as receitas da Adidas caíram 5% em 2023, para 21,4 milhões de euros. A companhia calcula que, excluindo o efeito da Yeezy em 2022 e em 2023, as receitas teriam subido 2% no ano passado.
A redução das receitas foi sentida especialmente na América do Norte. Segundo a Adidas, a região foi particularmente afetada pelo fim da Yeezy e, por isso, gerou 16% menos receitas em 2023. O resultado foi estável na Europa, Oriente Médio e África. Contudo, apresentou forte crescimento em outras regiões, como a América Latina.
Veja como as receitas da Adidas variaram em 2023, de acordo com a região:
Apesar do recuo nas receitas, a companhia teve um resultado operacional positivo em 268 milhões de euros em 2023. O resultado caiu quase 60% em relação a 2022, mas, segundo a Adidas, foi melhor do que o esperado. A projeção era de uma perda de 700 milhões de euros.
"Embora de longe não seja bom o suficiente, 2023 terminou melhor do que eu esperava no início do ano", comentou o CEO da Adidas, Bjørn Gulden. Ele ainda falou em uma melhora nos estoques e na relação da companhia com consumidores e revendedores. E, por isso, projeta crescimento para 2024, sobretudo a partir do segundo semestre.
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