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O principal índice da bolsa de valores caminha para fechar esse ano de 2024 com baixa de quase 10%. Mas na contramão disso, uma lista de ações apelidada de "carteira Lula" entregou um resultado mais atrativo aos investidores.
📋 A carteira foi compilada pela Folha de S. Paulo e se baseia em ativos mencionados como favoritos por analistas do mercado neste terceiro mandato do presidente Lula. As ações foram selecionadas no começo de 2023, assim que o novo mandatário chegou ao Planalto.
A ideia da carteira era fazer um retrospecto com as outras gestões do petista e avaliar quais as ações seriam beneficiadas novamente. Desta forma, em 2023, os papeis que compõe essa carteira chegaram a entregar até 45,1% em rentabilidade aos acionistas.
Neste ano, porém, com uma baixa quase que geral do mercado de renda variável, a maioria dos ativos apresentou baixa, somando um recuo de 22,2%, de acordo com o jornal. Mesmo assim, somados os dois anos, os investidores que apostaram nessa composição ainda registram um avanço de 13,3%.
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No geral, a "carteira Lula" é composta por ativos dos setores de Educação, Construção Civil e Varejo, que tiveram bons momentos nos governos Lula 1 e 2. A aposta dos analistas foi quase que fiel no primeiro ano, mas parte dos ganhos registrados em 2023 foram perdidos em 2024, conforme mostra dados mapeados pela Elos Ayta Consultoria.
"As ações que compõem essa carteira têm como principal componente o fato de serem voltadas ao mercado doméstico. Ou seja, são muito afetadas por aspectos macroeconômicos, e, num cenário de piora da inflação, de deterioração dos indicadores e das perspectivas e de alta dos juros, como estamos vendo, elas acabam prejudicadas", comentou Matheus Amaral, especialista em renda variável do banco Inter, em entrevista à reportagem.
A piora mais relevante veio a partir da metade deste ano, quando os investidores passaram a olhar o mercado internacional por causa das decisões do Fed (Federal Reserve). Enquanto nos Estados Unidos a taxa básica de juros sofre corte, por aqui ela continua a subir, com previsão de ganhar pelo menos mais um ponto nos próximos meses.
E isso tem causado impactos também na renda fixa, com os investidores saindo dos papeis atrelados à inflação para os indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que segue quase o mesmo desempenho da Selic.
"O mercado de crédito privado ganhou pujança nos últimos anos e os títulos estão se alongando cada vez mais. Porém, uma parte desse mercado remunera com a inflação. Se ela sobe, os investidores que tomaram esses títulos hoje sofrem perdas. Os fundos de mais longo prazo, como de infraestrutura e construção civil, já estão tendo perdas agora em dezembro", diz.
Companhia | Movimento em 2023 | Movimento em 2024 |
Allos | 60,5% | -26,7% |
Assaí | -30,2% | -62% |
Bradesco | 25,6 | -28,5% |
Casas Bahia | -81% | -74,1% |
Cogna | 64,6 | ¨-71,6% |
Cruzeiro do Sul | 48% | -46,2% |
Cury | 53% | 8,5% |
Direcional | 46,6% | 26,7% |
Gerdau | -9,3% | 3,2% |
Magazine Luiza | -21,1% | -68,7% |
MRV | 47,7% | 53,1% |
Multiplan | 34,9% | -22,5% |
Plano&Plano | 201% | -14,4% |
Prio | 24% | -13,3% |
Ser Educacional | 75,8% | -43,9% |
Tenda | 251,4% | -14,8% |
Yduqs | 123,2% | -64% |
Ânima | 15,5% | -58,6% |
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