54 empresas estão prontas para IPO e aguardam janela de oportunidades, diz B3

Companhias já têm registro na CVM e esperam cenário mais favorável do mercado.

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Publicado em 17/12/2025 às 14:09h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 17/12/2025 às 14:09h Atualizado 2 minutos atrás por Wesley Santana
Última empresa a fazer IPO foi a Vittia, em 2021 (Imagem: Divulgação)
Última empresa a fazer IPO foi a Vittia, em 2021 (Imagem: Divulgação)

Ao que tudo indica, mesmo que nenhuma empresa tenha feito abertura de capital nos últimos dois anos, elas não desistiram. Segundo dados da B3, mais de 50 companhias estão prontas para o IPO quando a janela de oportunidades estiver mais previsível.

Segundo Viviane Basso, diretora de Pós-Negociação da B3 (B3SA3), essas companhias estão com a documentação toda organizada para a operação. Esses nomes, inclusive, já têm registro de categoria A na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que é o mais alto nível de cadastro.

“É o grande destaque: 54 companhias já possuem o registro e estão apenas aguardando um momento mais propício, uma nova janela para a realização dos IPOs”, afirmou a executiva.

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Os detalhes foram dados na última terça-feira (16), durante o B3 Day, evento anual em que a operadora da bolsa dá mais informações sobre as expectativas para a próxima temporada. A diretora destacou que, além das empresas que já estão prontas para disponibilizar suas ações ao mercado, há outras 3,5 mil potenciais para abertura de capital com faturamento superior a R$ 500 milhões e 121 mil com mais de R$ 300 milhões.

Por isso, a B3 tem investido em maneiras de facilitar a chegada dessas companhias ao mercado de balcão. É o caso do programa Regime Fácil, que simplifica as regras e reduz o custo das listagens para candidatas que fazem parte desses dois grupos.

“Esse regime cria novas regras que tornam o processo de listagem mais barato e mais fácil. A B3 está 100% preparada para o início desse novo regime, com sistemas, processos e times adequados e em conversas com algumas companhias”, disse a executiva.

Mais investidores, menos ticket médio

A volta dos IPOs não é só uma estimativa, mas uma esperança para a B3 para o próximo ano. A empresa até viu o número de investidores da renda variável aumentar ao longo de 2025, mas o ticket médio das aplicações recuou de forma expressiva.

Segundo dados da própria empresa, o ticket médio por pessoa física caiu de R$ 6 mil para R$ 1,8 mil desde o começo do ano. Com isso, o volume diário negociado fica na média de R$ 25 bilhões.

A empresa entende que a junção de cenários que podem se consolidar no próximo ano pode alavancar esse volume em até três vezes mais. O principal deles é a queda na taxa básica de juros, que pode fazer com que os investidores migrem da renda fixa para a variável, aumentando o giro da bolsa.

Além disso, com a possível chegada de novas opções, o leque de oportunidades se abre e os investidores passam a contar com mais opções para fazer a carteira de investimentos crescer. Somado a isso, a B3 deve lançar um programa de tokenização que pode permitir que as ações sejam negociadas 24 horas por dia no futuro.

“Com o emagrecimento do DREX, o mercado tem essa demanda de um ativo para fazer a liquidação de toda a economia digital”, destacou Luiz Masagão, vice-presidente de produtos e clientes da B3. “Será um ativo seguro, com o lastro e o nome da B3 garantindo que o colateral dessa stablecoin vai estar tão bem guardado como todos os outros ativos financeiros que a gente tem aqui no Brasil”, continuou.