Youtube derruba canal de Nicolás Maduro com mais de 330 mil inscritos

A conta era usada pelo líder venezuelano para transmitir discursos oficiais e clipes de seu programa na TV estatal Telesur.

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Publicado em 21/09/2025 às 13:27h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 21/09/2025 às 13:27h Atualizado 3 minutos atrás por Matheus Silva
Antes de sair do ar, a conta reunia mais de 330 mil inscritos (Imagem: Shutterstock)
Antes de sair do ar, a conta reunia mais de 330 mil inscritos (Imagem: Shutterstock)

🚨 O canal oficial do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no YouTube foi retirado do ar pela plataforma, em um movimento que gerou repercussão internacional e alimentou ainda mais as tensões diplomáticas entre Caracas e Washington.

A conta era usada pelo líder venezuelano para transmitir discursos oficiais e clipes de seu programa na TV estatal Telesur, funcionando como uma das principais ferramentas digitais de comunicação do governo.

A notícia foi divulgada inicialmente pela agência AFP. Pouco depois, a própria Telesur confirmou a remoção em publicação no X (antigo Twitter), afirmando que o canal havia sido “eliminado” na noite de sexta-feira (19), sem qualquer justificativa oficial do YouTube.

Antes de sair do ar, a conta reunia mais de 330 mil inscritos – embora relatórios anteriores apontassem cerca de 230 mil.

Possíveis razões para a exclusão

De acordo com a política da plataforma, canais podem ser eliminados caso violem repetidamente as regras da comunidade, o que inclui conteúdos classificados como:

  • Discurso de ódio ou incitação à violência;

  • Desinformação considerada nociva;

  • Materiais que interfiram em processos democráticos, como eleições ou votações.

Até o momento, o YouTube não se pronunciou oficialmente sobre os motivos específicos da decisão, mas analistas acreditam que a medida esteja ligada ao caráter político e propagandístico das publicações do presidente.

➡️ Leia mais: Governo Lula barra participação dos EUA em encontro “Democracia Sempre” em NY

Tensão entre EUA e Venezuela

O episódio ocorre em um momento de agravamento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Venezuela. No início de setembro, forças norte-americanas acusaram uma embarcação venezuelana de estar ligada ao tráfico de drogas, desencadeando atritos entre os dois países.

Em resposta, Maduro enviou uma carta ao presidente norte-americano Donald Trump, datada de 6 de setembro.

No documento, ele negou as acusações de que a Venezuela seria um ponto-chave no tráfico internacional e afirmou que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia passariam por território venezuelano. Além disso, garantiu que 70% das cargas são apreendidas pelas autoridades locais.

Na mesma mensagem, Maduro apelou por uma relação mais “pacífica” e sugeriu que os diálogos fossem conduzidos com o apoio do diplomata Richard Grenell, buscando superar o que chamou de “ruídos midiáticos e fake news”.

Impacto político e comunicacional

A retirada do canal representa um revés significativo para Maduro, que vinha utilizando as redes sociais para ampliar sua narrativa política e tentar driblar restrições impostas por veículos internacionais.

Para críticos de seu governo, no entanto, a decisão do YouTube reflete a necessidade de limitar a propagação de conteúdos que poderiam ser considerados instrumentos de propaganda e desinformação.

📈 Enquanto isso, cresce a expectativa sobre uma reação oficial de Caracas à medida, em um ambiente em que os atritos com Washington já incluem tarifas comerciais elevadas e críticas abertas de Lula em artigo recente no The New York Times contra medidas unilaterais do governo norte-americano.