Xi Jinping diz que China e UE devem resistir à ‘intimidação’

Nesta sexta-feira (11), a China aumentou para 125% a tarifa contra os EUA.

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Publicado em 11/04/2025 às 07:35h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 11/04/2025 às 07:35h Atualizado 6 dias atrás por Elanny Vlaxio
O país afirmou que pretende ignorar quaisquer aumentos adicionais anunciados pelos EUA (Imagem: Shutterstock)

🗣️ O presidente da China, XI Jinping, comentou sobre as tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), em encontro com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, nesta sexta-feira (11). 

Jinping disse que a UE (União Europeia) e a China devem "resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação". "[Os países] devem manter a tendência de globalização econômica e o ambiente do comércio internacional, e resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação", disse. 

Ele ainda acrescentou: "China e União Europeia devem não apenas resguardar seus próprios direitos e interesses legítimos, mas também a justiça e a equidade internacionais, bem como as regras e a ordem internacionais". Logo depois da entrevista coletiva, Sánchez declarou que as tensões comerciais não devem interferir no desenvolvimento da sua cooperação.

“Tanto a Espanha como a Europa têm um importante déficit comercial com a China em que devemos trabalhar para sanar”. Mas, segundo ele, "Não devemos permitir que as tensões comerciais interfiram no potencial crescimento de nossa relação, entre China e Espanha e entre China e a UE”.

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💭 O volume de importações espanholas de produtos chineses alcança 45 bilhões de euros (289 bilhões de reais), ao passo que as exportações para a China totalizam 7,4 bilhões de euros (49 bilhões de reais). Além disso, as declarações chegam no mesmo dia em que a China elevou as tarifas sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos de 84% para 125%. 

Apesar disso, o país afirmou que pretende ignorar quaisquer aumentos adicionais anunciados pelos EUA daqui em diante, já que as medidas se tornaram uma "piada" no governo Trump.

"A imposição sucessiva de tarifas excessivamente altas à China pelos EUA tornou-se nada mais do que um jogo de números, sem real significado econômico. Isso apenas expõe ainda mais a prática americana de usar tarifas como arma para intimidação e coerção, transformando-se em uma piada”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio de Pequim.

Ele ainda disse que a China "se baseou em autossuficiência e trabalho árduo — nunca em esmolas de terceiros, e ela não teme nenhuma repressão injusta. Independentemente de como o ambiente externo mude, a China permanecerá confiante, focada e se concentrará em administrar bem seus próprios assuntos". 

🗨️ Apesar das novas retaliações, na última quinta-feira (10), Trump mudou o tom e chegou a chamar o presidente chinês de "amigo". "Ele é meu amigo, o presidente Xi (Jinping). Eu gosto dele, eu o respeito, (...) é um cara inteligente que ama seu país, isso é um fato, eu o conheço muito bem", disse Trump a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca. "Eu acho que ele vai querer chegar a um acordo, acho que isso acontecerá", acrescentou.