Venezuela anuncia aprovação de referendo para anexar parte da Guiana

Território de Essequibo está em disputa desde o final do século XIX; Guiana rejeitou o referendo

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Publicado em 04/12/2023 às 11:27h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 04/12/2023 às 11:27h Atualizado 1 mês atrás por Juliano Passaro
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro(Shutterstock)

O governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, anunciou que os venezuelanos aprovaram, por meio de um referendo, no último domingo (3), a anexação de Essequibo, região que pertence hoje à Guiana.

O território de Essequibo está em disputa desde o final do século XIX. As autoridades da Venezuela divulgaram que o referendo para anexação do território teve 95% de aprovação dos cidadãos venezuelanos. 

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Segundo a Venezuela, o território teria sido retirado de seu poder em 1899, na sentença arbitral de Paris. A Venezuela argumenta que o território de Essequibo estava dentro de suas fronteiras durante o período colonial espanhol. As informações são da "CNN". 

Recentemente, em 2015, foi descoberto que o território em disputa possui potencial de geração de recursos energéticos. A ExxonMobil descobriu petróleo na área reivindicada pela Venezuela.

Apesar do anúncio da Venezuela sobre a anexação do território de Essequibo, a Guiana rejeitou o referendo e solicitou uma ordem de emergência contra o resultado do referendo ao Tribunal Internacional de Justiça. 

Órgão da ONU afirma que Venezuela não pode anexar Guiana

Antes da votação sobre a anexação da região de Essequibo acontecer na Venezuela, a Corte Internacional de Justiça, órgão judiciário da ONU (Organização das Nações Unidas), afirmou que a Venezuela não poderia tomar medidas para anexar a região. 

A Venezuela, no entanto, realizou o referendo. A decisão do órgão da ONU destacava que o governo de Nicolás Maduro deveria "se abster de tomar qualquer ação que possa modificar a situação que prevalece atualmente no território em disputa". 

A decisão ocorreu devido ao requerimento da Guiana, apresentado ao órgão da ONU em 30 de outubro. O governo da Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte.