Se tem uma coisa que os investidores procuram não errar, é a hora de diminuir a mão nos investimentos em renda fixa, por conta do ciclo de queda da taxa Selic, e não ficar de fora do potencial entregue pela renda variável. Mas, quando será que as taxas do Tesouro Direto ficaram bem menos atrativas?
Nesta reta final de agosto de 2025, emprestar dinheiro ao governo brasileiro segue um bom negócio, à medida que o Tesouro Selic, com liquidez diária, segue pagando acima de 1% ao mês. Mesmo os títulos públicos mais arriscados, como o Tesouro Prefixado, têm remuneração travada próxima de 14% ao ano garantida até 2035.
Todavia, os analistas do BTG Pactual consideram que as taxas oferecidas pela renda fixa do governo já se encontram em suas máximas, o que implica também dizer que os títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+, não devem manter juros reais acima de 7% ao ano por muito mais tempo.
"O cenário base do nosso time macro segue sendo de início do ciclo de cortes da taxa Selic apenas no começo do próximo ano (ainda que o balanço de riscos esteja mudando). Isso significa que a rotação de investimentos de produtos de renda fixa para ações no Brasil ainda deve levar algum tempo", destaca o BTG Pactual, em relatório publicado nesta segunda-feira (25).
Apesar de ganhos com marcação a mercado estarem na mesa à medida que as taxas no Tesouro Direto recuarem e o preço unitário de títulos públicos disparem, em especial, o dinheiro aplicado no Tesouro IPCA+ 2050 e Tesouro Renda+ 2065, os especialistas fazem o alerta sobre a questão política.
Após os anúncios de tarifas comerciais contra o Brasil e um discurso nacionalista mais intenso, o atual governo Lula parece ter obtido algum ganho com os últimos eventos, conforme aponta a mais recente pesquisa Genial/Quaest.
"Embora o quadro siga desafiador para o governo e as melhoras sejam marginais a partir de uma base baixa (a 14 meses das eleições), fica claro que uma crise externa tende a unir a sociedade. No geral, seguimos vendo como cedo demais para teses de investimento mais claras em relação ao desfecho político", adverte o banco, em relatório.
Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde do dia 25 de agosto de 2025:
Títulos pré-fixados
- Tesouro Prefixado 2028 = Aporte mínimo de R$ 7,47 (Rentabilidade: 13,22% ao ano)
- Tesouro Prefixado 2032 = Aporte mínimo de R$ 4,42 (Rentabilidade: 13,79% ao ano)
- Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 = Aporte mínimo de R$ 8,23 (Rentabilidade: 13,94% ao ano)
Títulos pós-fixados
- Tesouro Selic 2028 = Aporte mínimo de R$ 171,98 (Rentabilidade: Selic + 0,0500% ao ano)
- Tesouro Selic 2031 = Aporte mínimo de R$ 171,21 (Rentabilidade: Selic + 0,1050% ao ano)
Títulos indexados à Inflação
- Tesouro IPCA+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 34,43 (Rentabilidade: IPCA + 7,78% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 16,23 (Rentabilidade: IPCA + 7,15% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 8,46 (Rentabilidade: IPCA + 7,00% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2035 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 41,73 (Rentabilidade: IPCA + 7,51% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2045 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,46 (Rentabilidade: IPCA + 7,27% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2060 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 38,83 (Rentabilidade: IPCA + 7,21% ao ano)
Títulos para aposentadoria extra
- Tesouro Renda+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 17,94 (Rentabilidade: IPCA + 7,26% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 12,90 (Rentabilidade: IPCA + 7,13% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 9,25 (Rentabilidade: IPCA + 7,06% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2045 = Aporte mínimo de R$ 6,62 (Rentabilidade: IPCA + 7,05% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 4,72 (Rentabilidade: IPCA + 7,05% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2055 = Aporte mínimo de R$ 3,34 (Rentabilidade: IPCA + 7,08% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2060 = Aporte mínimo de R$ 2,36 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2065 = Aporte mínimo de R$ 1,67 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
Títulos para custear estudos
- Tesouro Educa+ 2026 = Aporte mínimo de R$ 36,54 (Rentabilidade: IPCA + 8,11% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2027 = Aporte mínimo de R$ 34,04 (Rentabilidade: IPCA + 7,90% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2028 = Aporte mínimo de R$ 31,73 (Rentabilidade: IPCA + 7,76% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 29,56 (Rentabilidade: IPCA + 7,67% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 27,54 (Rentabilidade: IPCA + 7,61% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2031 = Aporte mínimo de R$ 25,71 (Rentabilidade: IPCA + 7,55% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2032 = Aporte mínimo de R$ 24,05 (Rentabilidade: IPCA + 7,48% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2033 = Aporte mínimo de R$ 22,51 (Rentabilidade: IPCA + 7,40% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2034 = Aporte mínimo de R$ 21,12 (Rentabilidade: IPCA + 7,34% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 19,81 (Rentabilidade: IPCA + 7,29% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2036 = Aporte mínimo de R$ 16,57 (Rentabilidade: IPCA + 7,24% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2037 = Aporte mínimo de R$ 17,40 (Rentabilidade: IPCA + 7,20% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2038 = Aporte mínimo de R$ 16,30 (Rentabilidade: IPCA + 7,18% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2039 = Aporte mínimo de R$ 15,22 (Rentabilidade: IPCA + 7,16% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 14,23 (Rentabilidade: IPCA + 7,15% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2041 = Aporte mínimo de R$ 13,28 (Rentabilidade: IPCA + 7,14% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2042 = Aporte mínimo de R$ 12,39 (Rentabilidade: IPCA + 7,13% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2043 = Aporte mínimo de R$ 11,61 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)