Taylor Swift ajuda serviços, mas ainda pesa sob T4F (SHOW3)

Empresa que organizou os shows da cantora no Brasil acumula queda de 9% na Bolsa desde o início da turnê

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Publicado em 16/01/2024 às 17:27h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 16/01/2024 às 17:27h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
A cantora americana Taylor Swift (Shutterstock)

Os shows de Taylor Swift ajudaram a levantar o setor de serviços brasileiro em novembro de 2023. Contudo, ainda parecem pesar sob as ações da T4F Entretenimento (SHOW3), empresa que organizou a turnê da cantora no Brasil. É que o papel ainda está cerca de 9,2% abaixo do nível registrado antes dos shows.

Serviços sobem

Dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que osetor de serviços cresceu 0,4% em novembro, depois de três meses no vermelho. A recuperação foi puxada por serviços financeiros, profissionais e administrativos, mas também pelos serviços prestados às famílias, que subiram 2,2% sob o efeito Taylor Swift.

🎤"A maior influência [dos serviços prestados às famílias] veio da alta de alojamento e alimentação, mas também houve avanço em outros serviços prestados às famílias, impulsionado, especialmente, pelo crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no país", comentou o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, Rodrigo Lobo.

Ações caem

Por outro lado, as ações da T4F Entretenimento (SHOW3) ainda não se recuperaram do baque sofrido durante a turnê de Taylor Swift no Brasil. O papel da empresa, que também é conhecida como Time for Fun, acumula uma queda de aproximadamente 9,2% desde 20 de novembro de 2023, o primeiro pregão após o início dos shows.

O primeiro show da cantora americana no Brasil ocorreu no Rio de Janeiro na noite de 17 de novembro e foi marcado por uma forte onda de calor. Mais de mil pessoas desmaiaram e uma delas, a jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu de exaustão pelo calor.

📉 A morte da jovem causou críticas e protestos contra a organização dos shows. Por isso, as ações da T4F despencaram 9,65% em 20 de novembro. Foi a maior queda da B3 naquele dia.

Desde então, o papel enfrenta muitos altos e baixos na B3. Por isso, ainda não conseguiu se recuperar do baque. Nesta terça-feira (16), por exemplo, ação caía 2,8%, aos R$ 2,08, por volta das 17h20.

Mais desafios

As ações da T4F já vinham sofrendo mesmo antes dos shows de Taylor Swift. A semana que precedeu a turnê, por sinal, foi inteira de perdas. Além disso, em março de 2023, a empresa encerrou uma parceria de quase 10 anos com o Lollapalloza Brasil. Em setembro do ano passado, a T4F também enfrentou a suspensão da turnê brasileira de Justin Bieber.

🚨 Mais desafios podem aparecer no caminho da empresa neste ano. É que, no fim de 2023, o advogado da família de Ana Clara Benevides, a fã que morreu durante o show de Taylor Swift, disse que a família da jovem pretende entrar com uma ação judicial contra a T4F para reparação de danos.

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Além disso, o economista da Valor investimentos, Gabriel Meira, diz que o cenário atual é de concorrência acirrada para a T4F. Afinal, outras empresas surgiram no mercado de eventos e a tecnologia criou outras opções de entretenimento, como os shows transmitidos por streaming.

"Isso dificulta que a empresa consiga eficiência operacional e consequentemente aumente a receita. Eventos como os shows de Taylor Swift até ajudaram a reverter o prejuízo no fim do ano. Mas dificilmente a empresa vai conseguir voltar ao patamar operacional lá de trás, de quando fez o IPO (2011), comentou Meira.

Apesar da queda na Bolsa, a venda de ingressos para os shows de Taylor Swift e outras atrações, como o musical Rei Leão, ajudou a impulsionar os resultados financeiros da empresa no terceiro trimestre de 2023. A empresa teve um lucro líquido de R$ 3,7 milhões no período, resultado 142% maior que o do mesmo trimestre de 2022, quando a T4F amargou um prejuízo de R$ 8,8 milhões.