O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja internado para fazer uma cirurgia de hérnia. A decisão prevê a saída do político nesta terça-feira (24), com o objetivo de passar pelo procedimento na quarta (25), dia de Natal.
O processo é eletivo, ou seja, sem urgência, de acordo com laudo analisado pelo Instituto Nacional de Criminalística na última quarta (17). No entanto, ele deve passar por atendimento também para tratar uma crise de soluços que precisa de intervenção mais rápida.
O magistrado definiu que a Polícia Federal vai fazer todo o transporte e a segurança de Bolsonaro até o Hospital DF Star, em Brasília. Toda a vigilância do local, além da fiscalização ininterrupta, também será realizada pela corporação.
O documento despachado por Moraes ainda veta a entrada de celulares, computadores ou quaisquer dispositivos móveis nos quartos onde Bolsonaro estiver. No entanto, estabelece que a esposa, Michelle Bolsonaro, deve ser a acompanhante durante a internação, com eventuais pedidos de visitas de terceiros somente com autorização judicial.
O pedido foi realizado pela defesa do ex-chefe do Planalto, que está preso na sede da PF desde 22 de novembro, cumprindo pena por tentativa de golpe de Estado. A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou a favor do pedido e não apresentou objeções sobre os acompanhantes solicitados.
Sem entrevista
Por causa da cirurgia, Bolsonaro cancelou a entrevista que estava agendada com a imprensa, que deveria acontecer nesta terça. A conversa com o portal Metrópoles foi autorizada pelo STF na semana passada.
Bolsonaro teria enviado um comunicado ao veículo de comunicação para relatar o cancelamento da entrevista. "Informo que não concederei entrevista nesta data, por questões de saúde", escreveu, conforme destacou a coluna de Paulo Cappelli, que seria o jornalista a entrevistar o ex-presidente.
Essa seria a primeira fala pública de Bolsonaro desde que foi levado à sede da PF. A expectativa era que, entre outros pontos, ele comentasse sobre a prisão, seu estado de saúde e também o lançamento da pré-candidatura de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, ao Planalto.
Neste momento, a defesa de Bolsonaro tenta converter o regime prisional, na expectativa de levar o ex-presidente de volta à prisão domiciliar. Bolsonaro entrou no regime fechado, depois que sua tornozeleira eletrônica enviou alertas de rompimento.
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