Sem Lula e com Dilma, Brics iniciam Cúpula na Rússia

Evento acontece sob liderança do Kremlin

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Publicado em 22/10/2024 às 12:54h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 22/10/2024 às 12:54h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Dilma e Putin em aperto de mãos (Imagem: Governo da Rússia)

🗺 A ex-presidente Dilma Roussef se reuniu na manhã desta terça-feira (22) com o líder russo Vladmir Putin. Atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, ela está em Kazan onde acontece a Cúpula dos Brics.

A Rússia recebe para a reunião os presidentes dos diversos países que compõe o bloco econômico. Lula vai participar do evento de forma remoto em razão de um acidente doméstico que sofreu no domingo, quando foi orientado pelos médicos a não realizar viagens longas.

Durante a reunião com Dilma, Putin enfatizou a necessidade dos países fazerem acordos financeiros em suas próprias moedas, como uma clara tentativa de tirar a hegemonia do dólar. É importante destacar que a Rússia sofre com sanções internacionais que limitam o acesso à moeda norte-americana.

"O aumento dos pagamentos em moeda local permite reduzir os pagamentos do serviço da dívida, aumentar a independência dos países membros do Brics e minimizar os riscos geopolíticos. Na medida do possível no mundo de hoje, libertar o desenvolvimento econômico da política", comentou Putin.

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Por sua vez, a brasileira -que é presidente do Banco do Brics- defendeu a expansão do bloco para incluir mais países emergentes.

"Eu espero que possamos ter uma expansão maior dos países Brics para os países do Sul Global, e que possamos definir os novos rumos que devemos trilhar nos próximos anos", destacou ela.

Fundado inicialmente por cinco grandes países, no ano passado, o Brics anunciou a entrada de novos membros, somando nove integrantes. O grupo quer também criar uma nova categoria de aliados, que seriam os “parceiros do bloco”.

Segundo a Folha de S. Paulo já foi criada uma lista com 12 países que poderiam se candidatar a esse novo perfil. O jornal diz que os nomes serão aprovados nesta quarta-feira (23) pelos atuais sócios.

Venezuela de fora

❌ A lista criada para os possíveis novos membros não traz o nome da Venezuela, uma das principais aliadas de Putin na América do Sul. Ainda segundo a reportagem, o nome teria sido vetado pelo Brasil. Nos últimos meses, depois que ganhou as eleições apontadas como fraudadas, Maduro endureceu suas críticas em relação à Lula que já foi um importante parceiro.

A lista que circula nos bastidores é composta pelos seguintes países: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Indonésia, Tailândia, Turquia, Uganda e Uzbequistão.

Assim como a Venezuela, Nicaragua também foi vetada pelo Brasil, com quem tem relações diplomáticas rompidas há alguns meses. Em agosto, quando recebeu o processo de candidatura, o Brasil já havia se mostrado contrário a adesão do país centro americano liderado por Daniel Ortega.

Cúpula do Brics

Essa é a primeira Cúpula do Brics que reúne todos os membros plenos do bloco econômico, atualmente sobre liderança da Rússia. O evento acontece entre esta terça-feira (22) e a próxima quinta (24).

Logo depois do evento, ainda na quinta, Putin deve se reunir com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em uma das sete reuniões bilaterais previstas. Se confirmado, este será o primeiro encontro entre os dois políticos desde o início da Guerra da Ucrânia, em abril de 2022.