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🇦🇷Neste domingo (24), a Argentina foi palco de grandes manifestações, organizadas por movimentos populares e partidos de esquerda.
A maior delas aconteceu na capital Buenos Aires, onde cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores, se reuniram para lembrar os 40 anos do fim da ditadura militar. Os manifestantes também aproveitaram o momento para criticar as propostas do presidente Javier Milei.
O encontro se deu na Plaza de Mayo, próximo à Casa Rosada, sede do governo argentino, e se estendeu por toda a tarde de domingo. Parte dos presentes caminharam cerca de 20 quilômetros com faixas e cartazes em memória das vítimas do regime militar argentino e com palavras de ordem contra o atual governo.
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O protesto também se espalhou por outras grandes cidades do país, como Mendonza, onde 10 mil argentinos participaram do ato. Em Salta, o número foi de 15 mil manifestantes, ainda segundo as entidades que organizaram.
O governo militar durou 48 anos na Argentina, entre 1976 e 1983, e estima-se que mais de 30 mil pessoas tenham sido mortas no período. Em 2002, o Parlamento da Argentina estabeleceu o 24 de março como o “Dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça”, como forma de homenagear os desaparecidos.
🪖 No fim da manhã, antes do horário previsto para os protestos, o governo federal divulgou um vídeo contestando o número de mortes e desaparecidos durante o regime militar. Intitulado “Dia da Memória pela Verdade e Justiça”, o material de 12 minutos tenta equiparar o golpe de Estado à violência de guerrilheiros.
Os jornais argentinos destacam que essa é a primeira vez que um governo nega a existência dos 30 mil desaparecidos e evita condenar o golpe de 1976. "A mobilização multitudinária convocada neste domingo enfrentou assim a tentativa do Governo de Milei de minimizar e reescrever o episódio mais sombrio da história do país sul-americano”, escreveu o El País.
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