Presidente do Equador faz referendo por aprovação de medidas de segurança

Noboa realiza consulta à população enquanto enfrenta crise energética.

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Publicado em 19/04/2024 às 16:12h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 19/04/2024 às 16:12h Atualizado 3 meses atrás por Jennifer Neves
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O presidente do Equador, Daniel Noboa, provavelmente vencerá um referendo no domingo (21), que solicita aos eleitores o apoio a novas medidas de segurança para combater a violência em ascensão. Entretanto, os recentes apagões de energia podem prejudicar a aprovação do voto “sim”.

Nos últimos dez anos, as gangues de contrabando de cocaína se expandiram pela América Latina, transformando países antes pacíficos, como o Equador, em territórios controlados por cartéis.

Em janeiro, a violência ganhou destaque na mídia global quando homens armados interromperam uma transmissão de TV ao vivo, e vários funcionários penitenciários foram feitos reféns.

O referendo de domingo aborda principalmente questões de segurança, para que os eleitores permitam os militares patrulhar ao lado da polícia, permitam a extradição de criminosos acusados e o aumento de pena para crimes como terrorismo, homicídio, entre outras medidas.

Se aprovadas, cinco das propostas alterariam a Constituição. Pesquisas recentes de empresas como Cedatos e Comunicaliza indicam que os eleitores têm maior tendência a apoiar Noboa na votação deste final de semana.

No entanto, os cortes diários de energia de oito horas, implementados por Noboa na quarta-feira devido à escassez de energia em todo o país, estão prejudicando a imagem do presidente, segundo a empresa de pesquisas Click Research, e podem influenciar a opinião dos eleitores.

Emergência energética

Além disso, o governo declarou estado de emergência energética devido aos baixos níveis dos reservatórios em meio ao fenômeno climático El Niño, sendo que a maior parte da energia do Equador vem de hidrelétricas.

Além das questões de segurança, o referendo também inclui propostas econômicas, como permitir a contratação de trabalhadores por hora, algo que, segundo opositores, beneficiará os ricos e as empresas internacionais.

Os investidores apoiaram as políticas de segurança de Noboa após a turbulência do mercado causada pela violência.

“Noboa está fazendo com que os investidores reconsiderem os riscos de segurança e o veem como alguém com potencial para seguir adiante até a próxima eleição”, disse Zulfi Ali, gerente de portfólio da equipe de Dívida de Mercados Emergentes da PGIM Fixed Income.

Noboa, que assumiu o cargo em novembro, planeja tentar a reeleição em 2025.