“Prefiro ser gastador do que caloteiro”, diz Haddad sobre pagamento de precatórios

Ministro da Fazenda afirma que manter os pagamentos é essencial para preservar a confiança nas instituições e no Tesouro Nacional.

Author
Publicado em 24/10/2025 às 12:27h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 24/10/2025 às 12:27h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Haddad participou de evento de advogados que discutiu o pagamento de precatórios (Imagem: Shutterstock)
Haddad participou de evento de advogados que discutiu o pagamento de precatórios (Imagem: Shutterstock)

Todos os anos, uma discussão volta à Esplanada dos Ministérios: o pagamento de precatórios. Essas são dívidas emitidas pelo poder Judiciário que devem ser pagas pelo governo federal.

Durante evento nesta sexta-feira (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai pagar todos os precatórios em aberto. Ele destacou que, ainda que não concorde com as decisões judiciais, é preciso manter a credibilidade da instituição pública. 

“Eu prefiro ficar com a pecha de quem está gastando demais do que com a pecha de caloteiro, é assim que eu funciono", afirmou Haddad. "Há de fato, o apreço ao Direito, à Justiça e as instituições. Como prefeito [de São Paulo] fiz mais do que como ministro da Fazenda: pagava o fluxo e resgatava os precatórios da cidade", continuou. 

Leia mais: Corrida presidencial de 2026 já tem três nomes confirmados; veja quem são

A fala do ministro veio no contexto de críticas que teceu ao governo de Jair Bolsonaro, que aprovou a PEC dos Precatórios, abrindo caminho para a prorrogação do pagamento dessas dívidas para as gestões posteriores. Quando assumiu o Planalto,  o governo Lula já tinha uma dívida de R$ 141,7 bilhões apenas com esses processos. 

Para tentar controlar essa dívida -que em muitos casos é corrigida pela taxa básica de juros-, o governo adotou uma postura de pagamentos graduais. No entanto, esses valores ficaram fora do teto de gastos, o que preocupa grande parte dos especialistas. 

"Essa emenda recém-promulgada, quero dizer que a única participação da Fazenda foi pedir para não mexer nos precatórios federais. Ou seja, nós repudiamos o calote que foi dado no governo anterior e não queremos seguir esse caminho", disse o ministro no evento.

O chefe da área economica ainda aproveitou o momento para falar sobre as perspectivas do Planalto e destacou que há conquistas significativas. No entanto, ponderou que os dados já públicos não são suficientes para agradar a todos. 

"Vamos ter a menor taxa de inflação dos últimos quatro anos da história. Vamos entregar a menor taxa de desemprego do país". “[Apesar disso] olhamos o jornal e parece que o país vai acabar", disse. “Buscamos bons resultados nesses quatro anos, mas nunca vamos agradar todo mundo”, completou.