Por unanimidade, Carla Zambelli é condenada a prisão e perda de mandato

Deputada é acusada de ligação na invasão do sistema do CNJ

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Publicado em 15/05/2025 às 17:43h - Atualizado Agora Publicado em 15/05/2025 às 17:43h Atualizado Agora por Wesley Santana
Parlamentar foi eleita por SP (Imagem: Shutterstuck)

Na última quarta-feira (14), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidade pela condenação da deputada federal Carla Zambelli. Os cinco ministros a condenaram a 10 anos de prisão e perda do mandato pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça.

⚖ A decisão foi referendada pela Primeira Turma do STF, formada por Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Carmen Lúcia. Eles entenderam que a deputada estava ligada ao hacker Walter Delgatti, com “objetivos anti republicanos”, que também foi condenado à prisão.

A acusação contra Zambelli foi apresentada pelo Ministério Público, com base em um falso mandado de prisão emitido contra Moraes em 2023. “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”, dizia o documento que não era real.

Documentos apreendidos pela Polícia Federal em posse da deputada corroboram com os arquivos inseridos no sistema do CNJ pelo hacker. “[Essa é uma] prova técnica irrefutável e demonstra, além de qualquer dúvida razoável, o envolvimento direto”, disse Moraes, que foi relator do caso no STF.

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Nesta quinta (15), depois da decisão, Zambelli criticou o STF e disse que “não sobreviveria na cadeia”. Em coletiva de imprensa, a parlamentar negou as acusações e disse que pretende recorrer da decisão.

“Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar. Mas eu não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como eu devo ser cuidada”, disse ela, que completou estar passando por um período de forte depressão. “Se acontecer de eu perder o mandato, a Câmara precisa dar a palavra final”, declarou.

Outro processo

🗣 Zambelli ainda responde por outro processo na Justiça, esse relacionado ao caso em que perseguiu um homem em São Paulo, durante as eleições, com arma em punho. A então candidata agora é acusada de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.

Em entrevista recente, ela comentou o caso e declarou se sentir abandonada por Jair Bolsonaro, que a culpa por ter perdido as eleições de 2022. Carla ganhou repercussão a nível nacional justamente por ser uma das aliadas de Bolsonaro no pleito de 2018, quando ele saiu vitorioso.

“Na hora a cabeça ferveu e eu queria bater nele. Minha ideia ali nunca era sacar a arma. Era trocar soco com ele, a princípio. E depois que teve o tiro, eu tirei a arma”, comentou ela sobre o episódio. “Não só eu como outras pessoas também perderam a amizade do presidente no momento que precisaram”, completou.