Polícia Federal criou criptomoeda com objetivo de identificar manipuladores de mercado

14 pessoas físicas além de empresas foram incluídas nas investigações

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Publicado em 11/10/2024 às 09:36h - Atualizado 5 dias atrás Publicado em 11/10/2024 às 09:36h Atualizado 5 dias atrás por Wesley Santana
FBI é a Polícia Federal dos Estados Unidos (Imagem: Shutterstuck)

Na última quarta-feira (9), a Polícia Federal dos Estados Unidos pôs fim a uma investigação que acusou 14 pessoas de manipulação do mercado de criptomoedas. Ao longo de vários meses, as autoridades seguiram pistas da manobra conhecida como “wash trading” em que pessoas ou empresas criam situações para influenciam na cotação de ativos financeiros.

🚨 Neste caso, o FBI criou uma moeda digital fictícia -apelidada de NexFundAI- com o objetivo de pegar os criminosos em ação. Segundo as investigações, eles inflavam os preços de criptomoedas para atrair novos investidores e fazer lavagem de dinheiro.

“Esses são casos em que uma tecnologia inovadora — as criptomoedas — encontraram um esquema centenário — o pump and dump”, disse o procurador Joshua Levy. “Há muito tempo, a lavagem de dinheiro é proibida nos mercados financeiros, e o setor cripto não é uma exceção”, complementou.

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Ao menos quatro empresas também estavam envolvidas neste esquema, disseram os investigadores. Gotbit, ZM Quant, a CLS Global e a MyTrade usavam o token para lavagem de dinheiro ou conspiravam para lavá-lo, inflando os números para ter cotações mais vantajosas.

É importante destacar que, em seu última relatório, a Gotbit reportou ter mais de US$ 1 bilhão sob gestão em criptomoedas. A maior parte desses recursos estavam alocados nas chamadas memecoins, que são criptomoedas baseadas em memes.

“A mensagem hoje é: se você fizer declarações falsas para enganar investidores, isso é fraude. Ponto final. Nosso escritório perseguirá agressivamente a fraude, inclusive na indústria de criptomoedas”, destacou Joshua.

Foi aberta também uma investigação no âmbito da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) que acusa os diretores das empresas citadas de manipulação sob demanda. “[Elas] geram um volume de negociação diário falso, muitas vezes na casa dos milhões de dólares, essencialmente negociando criptoativos com ela mesma”, diz a entidade.