PIB do Brasil tem alta de 1,4% no 2º trimestre, puxado por serviços

Em valores correntes, o PIB brasileiro alcançou R$ 2,9 trilhões, refletindo uma recuperação mais vigorosa do que o previsto.

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Publicado em 03/09/2024 às 10:30h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 03/09/2024 às 10:30h Atualizado 2 meses atrás por Matheus Rodrigues
Este avanço foi notavelmente superior à alta de 1,0% registrada no primeiro trimestre (Imagem: Shutterstock)

📈 O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou um crescimento robusto de 1,4% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o trimestre anterior, superando amplamente as expectativas dos analistas.

Este avanço foi notavelmente superior à alta de 1,0% registrada no primeiro trimestre, conforme dados atualizados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em valores correntes, o PIB brasileiro alcançou R$ 2,9 trilhões, refletindo uma recuperação mais vigorosa do que o previsto.

O mercado esperava um crescimento de 0,9% para o período, mas o resultado efetivo também superou a previsão anualizada de 2,7%, registrando um aumento de 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2023.

Indústria puxa crescimento, agropecuária recua

O desempenho positivo do PIB foi puxado principalmente pela expansão dos setores de Serviços, que avançou 1,0%, e da Indústria, que cresceu 1,8% no trimestre.

A Agropecuária, por outro lado, sofreu uma contração de 2,3%, impactada por condições climáticas desfavoráveis que afetaram a produção de soja e milho, apesar do bom desempenho de outras culturas como café e algodão.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, destacou que, com a diminuição do protagonismo da Agropecuária, o setor industrial ganhou relevância, impulsionado especialmente pelos segmentos de Eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, além da Construção.

“A maior demanda por eletricidade, sobretudo em residências, e a manutenção da bandeira tarifária verde favoreceram o setor”, afirmou.

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Consumo e investimentos em alta

Sob a ótica da demanda, todos os componentes mostraram crescimento: tanto o consumo das famílias quanto o do governo avançaram 1,3%, enquanto os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, subiram 2,1%.

Esses resultados foram impulsionados por condições mais favoráveis no mercado de trabalho, taxas de juros mais baixas e maior disponibilidade de crédito.

Além disso, os investimentos foram beneficiados pelo aumento na importação e produção nacional de bens de capital, além do desenvolvimento de software, segundo Rebeca Palis.

No entanto, o setor externo, diferentemente do ano anterior, teve uma contribuição negativa para o crescimento econômico.

Fortalecimento da indústria e serviços

📊 Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB teve um crescimento de 3,3%, com destaque para o avanço de 3,5% nos Serviços e de 3,9% na Indústria.

As atividades de Informação e Comunicação (+6,1%) e Outras Atividades de Serviços (+4,5%) foram os principais impulsionadores no setor de Serviços.

No setor industrial, o destaque ficou por conta das atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que registraram um crescimento expressivo de 8,5%.

Por outro lado, a Agropecuária apresentou uma retração de 2,9% na mesma comparação, refletindo os desafios enfrentados pelo setor diante de condições climáticas adversas.

Perspectivas futuras e desafios

A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, ligeiramente acima dos 16,4% observados no mesmo período de 2023, enquanto a taxa de poupança recuou para 16,0%.

A projeção é de que o crescimento continue a ser sustentado pela recuperação do consumo interno e pelos investimentos, apesar dos desafios no setor externo e da volatilidade nos mercados globais.