Operação da PF investiga fraude bilionária no INSS; presidente é afastado

Investigados descontavam mensalidades direto do pagamento dos benefícios

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Publicado em 23/04/2025 às 11:21h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 23/04/2025 às 11:21h Atualizado 3 minutos atrás por Wesley Santana
INSS é responsável pelo pagamento de aposentadorias no Brasil (Imagem: Shutterstock)

A Polícia Federal iniciou, na manhã desta quarta-feira (23), uma operação que investiga uma fraude de R$ 6,3 bilhões no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Segundo o órgão, a Operação Sem Descontos identificou irregularidades nos descontos de mensalidades associativas, o que teria causado um prejuízo volumoso aos beneficiários do órgão federal.

🚔 A operação da PF conta com 700 policiais e 80 servidores da Controladoria Geral da União, que cumprem, juntos, mais de 210 mandados de busca e apreensão. A Justiça também ordenou sequestros de bens que somam mais de R$ 1 bilhão em vários estados. 

“As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”, diz a PF. “Até o momento, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024”, completa.

Caso sejam denunciados, os investigados podem responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento e lavagem de dinheiro. O presidente da República, Lula, foi notificado da operação durante a manhã pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. 

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Afastamento do presidente e outros cinco investigados

Em decorrência da operação, a Justiça decidiu afastar o atual presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Servidor de carreira, ele foi um dos alvos de busca e apreensão desta fase da Sem Descontos. 

Além dele, segundo a GloboNews, o procurador-geral do INSS, Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho, também foi afastado das atividades. Ambos foram indicados pelo atual ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). 

A imprensa também fala no afastamento de outras quatros pessoas, incluindo um agente da PF, que trabalhava no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Apontado como um apoio ao esquema, este, no entanto, não teve sua identificação divulgada.

Sequência de fraudes

Esse não é o primeiro esquema de fraude identificado pela Polícia Federal no INSS em 2025. No mês passado, os agentes desmantelaram uma quadrilha que atuava há mais de dez anos e teria sacado mais de R$ 50 milhões por meio de benefícios fraudulentos. 

Neste caso, ao menos três servidores do órgão estavam envolvidos diretamente no esquema, sendo que dois deles foram presos pela polícia, no Rio de Janeiro. Também se investigou a atuação de advogados, escreventes de cartório e até profissionais de gráfica na quadrilha.

Ao todo, a PF informou que 193 benefícios foram sacados pela organização criminosa, depois que funcionários do INSS inseriram dados no sistema oficial.