O que é startup?

Startup é uma empresa jovem, inovadora e orientada para o crescimento rápido, que nasce com o propósito de resolver problemas de forma escalável, repetível e sustentável.
Diferentemente de negócios tradicionais, as startups operam em condições de alto risco e incerteza, mas com potencial para gerar impactos significativos na sociedade, no mercado e na economia.
Neste artigo super completo, você vai entender tudo sobre o conceito de startup, suas características essenciais, diferenças em relação a empresas convencionais, principais modelos de financiamento, dentre outros itens importantes. Vale a pena conferir!
O que é startup?
Uma startup é uma empresa jovem, construída a partir de uma ideia inovadora, que busca resolver um problema real do mercado por meio de um modelo de negócio escalável e repetível.
Diferentemente de um pequeno comércio ou de uma empresa tradicional, uma startup nasce com o objetivo de crescer rapidamente, alcançando grandes volumes de usuários ou clientes sem aumentar proporcionalmente seus custos operacionais.
O ambiente de uma startup é marcado pela incerteza: suas hipóteses de mercado e de produto ainda precisam ser testadas na prática, e decisões são tomadas com base em ciclos curtos de aprendizado.
O sucesso depende de validar rapidamente o “product-market fit” — ou seja, comprovar que há demanda suficiente para a solução oferecida.
São exemplos globais de startups que se tornaram grandes empresas:
- Airbnb, que reinventou a hospitalidade;
- Uber, que transformou o transporte urbano.
No Brasil, cases como Nubank (ROXO34) (fintech de serviços bancários) e iFood (plataforma de delivery) mostram como ideias nascidas em solo nacional podem alcançar uma escala internacional.
Em suma, entender “o que é startup” significa compreender um modelo de negócio orientado para inovação, crescimento acelerado e adaptação constante — ideal para empreendedores dispostos a assumir riscos em busca de impactos e retornos elevados.
Quais as principais características de uma startup?
As startups se diferenciam bastante de modelos de negócio convencionais por algumas características fundamentais, que juntas formam o ambiente e a mentalidade de inovação necessários para o crescimento acelerado. Confira:
- Inovação no centro do negócio:
Uma startup nasce de uma ideia ou solução que busca resolver um problema real de forma inédita ou significativamente melhor do que as opções existentes.
Na prática, essa inovação pode ser tecnológica, mas também envolver novos processos, canais de distribuição ou modelos de receita.
- Modelo escalável e repetível:
Ao contrário de um comércio local, cuja expansão normalmente exige mais lojas, estoque e equipe na mesma proporção, uma startup estrutura seu produto ou serviço para crescer rapidamente sem multiplicar custos na mesma medida.
Em resumo, isso é possível graças à automação tecnológica, plataformas digitais e processos padronizados que permitem replicar a operação em novos mercados.
- Ambiente de incerteza e experimentação constante:
Startups operam em terrenos pouco mapeados: hipóteses de mercado e de produto ainda não estão validadas.
Por isso, abraçam ciclos curtos de aprendizado — criando protótipos (MVPs), testando com usuários reais, coletando feedback e ajustando rapidamente a rota (pivotagem), antes de escalar.
- Foco em métricas de desempenho
Em vez de medir apenas o faturamento, uma startup monitora indicadores como CAC (Custo de Aquisição de Clientes), LTV (Lifetime Value), churn rate e engajamento.
Essas métricas orientam decisões e mostram com clareza se o negócio está caminhando rumo à sustentabilidade.
- Cultura empreendedora e tolerância ao erro
Equipes enxutas trabalham em alta velocidade, com autonomia para tomar decisões e experimentar novas ideias.
A falha não é encarada como fracasso absoluto, mas como oportunidade de aprendizado — desde que os erros sejam pequenos, rápidos de corrigir e bem documentados.
- Busca de financiamento em estágios
Para acelerar seu crescimento, a startup frequentemente passa por diversas rodadas de investimento: bootstrapping, investidores-anjo, seed capital e séries A, B, C etc. Cada etapa traz não só recursos, mas também acesso a mentorias e redes de contato.
Essas características combinadas fazem da startup um veículo ideal para quem quer criar um negócio de alto impacto, capaz de transformar mercados e gerar valor de forma ágil e contínua.
Diferenças entre uma startup e uma empresa convencional
Diferenças entre uma startup e uma empresa convencional - (Imagem: Shutterstock)
A seguir, uma tabela comparativa destacando as principais diferenças entre uma startup e uma empresa convencional:
Critério |
Startup |
Empresa Convencional |
Objetivo principal |
Buscar crescimento exponencial e disruptivo, validando um modelo de negócio inovador |
Manter operação estável e rentável, com crescimento gradual e previsível |
Inovação |
Produto ou serviço novo ou significativamente diferenciado |
Baseado em ofertas consolidadas, com inovações incrementais |
Escalabilidade |
Arquitetura pensada para ampliar receita sem multiplicar custos proporcionais |
Crescimento normalmente exige aumento proporcional de infraestrutura e pessoal |
Aversão ao risco |
Alta tolerância ao risco e ambiente de testes constantes |
Aversão maior ao risco, decisões baseadas em histórico de resultados |
Ciclos de desenvolvimento |
Agilidade: ciclos curtos de feedback (MVP, testes, pivotagem) |
Ciclos mais longos, com planejamento anual ou semestral |
Métricas de sucesso |
CAC (Custo de Aquisição de Cliente), LTV (Valor do Cliente), churn, growth rate |
Faturamento, margem de lucro, ROI tradicional |
Financiamento inicial |
Bootstrapping, investidores-anjo, aceleradoras, fundos de venture capital |
Capital próprio, empréstimos bancários, financiamentos públicos |
Cultura organizacional |
Estrutura horizontal, equipe enxuta, autonomia e experimentação |
Estrutura hierárquica, divisão clara de funções, processos consolidados |
Perfil de colaboradores |
Empreendedores, generalistas, com mindset de “resolver como dono” |
Profissionais especializados em funções bem definidas |
Planejamento sucessório |
Foco em escalabilidade e possíveis saídas (M&A, IPO) |
Planejamento baseado em continuidade familiar ou transição interna |
Regime de operação |
Alta incerteza: produto e mercado em constante validação |
Mercado consolidado, modelo de negócio comprovado |
Velocidade de adaptação |
Capacidade de pivotar rapidamente conforme feedback do mercado |
Mudanças mais lentas, adaptação após estudos de viabilidade |
Esta comparação evidencia como startups e empresas convencionais possuem modelos de negócio, estruturas e prioridades distintas — cada uma adequada a contextos e objetivos específicos.
Tipos de startups
Existem diferentes formas de categorizar startups de acordo com seu modelo de negócio, objetivo de crescimento e fonte de financiamento. Entre os principais tipos, destacam-se:
Startups escaláveis (Scalable Startups)
São aquelas que nascem com a ambição de crescer rapidamente, muitas vezes em âmbito global.
Possuem modelo de receita repetível e infraestrutura tecnológica que permite multiplicar usuários ou clientes sem aumentar proporcionalmente os custos.
Exemplo: Um belo exemplo de startup dessa natureza é o Nubank, que em curto espaço de tempo, cresceu vertiginosamente.
Startups de estilo de vida (Lifestyle Startups)
Têm como meta promover e oferecer serviços para um determinado estilo de vida, que no geral, é defendido por seus fundadores.
Costumam atuar em nichos específicos, entregando alta qualidade de serviço e produtos diferenciados, não encontrados normalmente no mercado.
Exemplo: Podemos usar o Airbnb (AIRB34) como exemplo, já que essa startup revolucionou o modelo de hospedagem até então existente.
Startups de aquisições (Buyable Startups)
Nascem com o objetivo de serem adquiridas por empresas maiores. Elas desenvolvem tecnologia ou recursos humanos de alto valor e estruturam seu crescimento de modo a se tornarem “alvos atraentes” para fusões e aquisições.
Exemplo: Empresas de software B2B que se especializam em integração de sistemas e depois são incorporadas por grandes ERPs.
Startups corporativas (Corporate Startups ou Intraempreendedorismo)
São iniciativas de inovação interna criadas por grandes empresas para desenvolver produtos ou serviços disruptivos sem as amarras da estrutura tradicional.
Funcionam como unidades autônomas com metodologias de startup, aproveitando recursos e canais de distribuição da corporação-mãe.
Startups sociais (Social Startups)
Têm como propósito principal gerar impacto social ou ambiental, e não apenas lucro financeiro.
Podem funcionar com ou sem fins lucrativos, mas sempre medem o seu sucesso, também pelo alcance de benefícios à comunidade.
Exemplo: Plataformas que promovem a compra e venda de créditos de carbono.
Startups sob demanda de mercado (Small-Business Startups)
Focam em resolver problemas ou atender demandas locais com potencial de lucratividade, mas sem a ambição, ao menos inicial, de atingir uma escala global.
Geralmente são geridas por um ou poucos empreendedores e podem crescer de maneira sustentável dentro de um mercado específico.
Cada tipo de startup exige estratégias, métricas e fontes de financiamento diferentes. Identificar em qual categoria sua ideia se encaixa ajuda a definir o melhor caminho de desenvolvimento, captação de recursos e modelo de crescimento.
Modelos de financiamento de uma startup
Modelos de financiamento de uma startup - (Imagem: Shutterstock)
As startups costumam recorrer a diversos formatos de captação de recursos ao longo de sua trajetória, cada um adequado a um estágio de maturidade e a objetivos de crescimento específicos.
A seguir, vamos apresentar os principais modelos de financiamento utilizados no processo de surgimento e expansão de uma startup.
Recursos próprios (bootstrapping)
Nos estágios iniciais, muitos fundadores investem capital próprio, fruto de economias ou de aportes familiares, para desenvolver um protótipo e validar o produto no mercado.
Esse modelo oferece autonomia total aos empreendedores, mas costuma limitar o ritmo de desenvolvimento, já que o caixa é restrito. O bootstrapping obriga a equipe a operar com lean mindset, priorizando recursos mínimos viáveis e aprendizados rápidos.
Investidor-anjo
Quando a validação do MVP ganha tração e surgem as primeiras evidências de demanda, entra em cena o investidor-anjo.
Geralmente uma pessoa física com experiência empresarial, esse investidor aporta capital semente (geralmente entre dezenas e centenas de milhares de reais) em troca de participação societária.
Além dos recursos, o anjo costuma oferecer mentorias, conexões e know-how para acelerar o crescimento inicial da startup.
Rodadas seed e pré-Série A
Após superar o estágio de MVP e conquistar os primeiros clientes pagantes, a startup realiza a chamada rodada seed ou pré-Série A, em que fundos especializados (micro-VCs, aceleradoras e redes de investidores) injetam valores que podem variar de centenas de milhares a poucos milhões de reais.
O objetivo é estruturar o time, aprimorar o produto e consolidar métricas de aquisição e retenção (CAC, LTV, MRR).
Venture capital (Séries A, B, C…)
Em maturidade mais avançada, quando a empresa já demonstra escalabilidade clara, vêm as rodadas de venture capital.
- A Série A normalmente financia a expansão de mercado e a consolidação do modelo de negócios.
- Já as Séries B e C destinam-se a escalar operações, entrar em novos países ou verticalizar produtos.
Os valores avançam facilmente para dezenas ou centenas de milhões, diluindo partes significativas do capital dos fundadores.
Crowdfunding de investimento
Plataformas de equity crowdfunding permitem que dezenas ou centenas de pequenos investidores aportem quantias moderadas em troca de participação acionária.
Esse modelo democratiza o acesso ao capital e amplia a base de apoiadores, mas exige esforço adicional de comunicação e compliance regulatório, já que as captações são supervisionadas pela CVM.
Outras fontes: empréstimos e programas públicos
Algumas startups recorrem a linhas de crédito específicas para inovação oferecidas por bancos de fomento (BNDES, FINEP) ou programas estaduais de incentivo.
Embora o endividamento acrescente obrigações de pagamento de juros, pode ser interessante quando as condições de taxa e prazo são vantajosas e não diluem o controle dos sócios.
Há também fundos corporativos (CVC) de grandes empresas, que investem em startups sinérgicas para acelerar parcerias tecnológicas.
Quais os principais estágios de desenvolvimento de uma startup?
Principais estágios de desenvolvimento de uma startup - (Imagem: Shutterstock)
Entender os estágios de desenvolvimento de uma startup é fundamental para planejar recursos, definir metas e antecipar desafios.
Cada fase — da concepção inicial até a consolidação do negócio — envolve atividades específicas, aprendizado contínuo e escolhas estratégicas que podem determinar o sucesso ou o insucesso do empreendimento.
A seguir, apresentamos uma visão geral dos principais momentos dessa jornada, destacando o que caracteriza cada etapa e quais são os objetivos centrais a serem alcançados.
Concepção e ideação
Nesse momento inicial, a startup nasce de uma ideia clara para resolver um problema identificado no mercado.
O empreendedor pesquisa tendências, dores de potenciais usuários e analisa concorrentes para refinar sua proposta de valor.
É nessa fase que se estabelece a missão da empresa, define-se o público-alvo e começa-se a desenhar o protótipo mínimo viável (MVP), uma versão simplificada do produto ou serviço que permita testar hipóteses com custos reduzidos.
Validação de hipóteses
Com o MVP em mãos, a equipe testa sua solução junto aos primeiros usuários. A coleta de feedback é essencial para confirmar se o produto atende às necessidades reais do mercado.
Nesta etapa, ajustes rápidos são feitos, o chamado pivot pode ocorrer quando a proposta original não encontra ressonância suficiente.
A meta é alcançar o “product-market fit”, o ponto em que há demanda consistente e indicadores de uso (cadastro, transações, engajamento) apontam para a viabilidade.
Tração inicial
Após validar o modelo, a startup volta esforços para conquistar seus primeiros clientes pagantes. O foco recai sobre o crescimento de métricas como número de usuários ativos, receita recorrente mensal e taxa de retenção.
É o momento de profissionalizar processos de atendimento, vendas e marketing, definindo canais de aquisição eficientes e ajustando preços conforme o retorno observado.
Investidores-anjo costumam apoiar startups nessa fase, oferecendo capital semente e mentoria.
Expansão e escala
Quando o volume de receita e a base de clientes atingem patamares que demonstram sustentabilidade, a empresa inicia seu processo de escalar o negócio.
Na prática, isso envolve ampliar a infraestrutura tecnológica, reforçar equipes de produto e atendimento, e expandir geograficamente ou para novos segmentos de mercado.
As chamadas rodadas de Série A, B e C financiam esse crescimento acelerado, permitindo investimentos em tecnologia, marketing e parcerias estratégicas.
Maturidade e consolidação
Em um estágio mais avançado, a startup se aproxima de um modelo de operação consolidado, com processos internalizados e governança estruturada.
As métricas são monitoradas continuamente para otimizar custos e maximizar margens. Nessa fase, muitas empresas avaliam saídas estratégicas, como abertura de capital (IPO) ou aquisições por players maiores, proporcionando liquidez aos investidores e ampliando seu alcance de mercado.
Como investir em uma startup?
Investir em uma startup significa apostar no potencial de crescimento de uma empresa jovem e inovadora, antes mesmo de ela se consolidar totalmente no mercado.
Esse tipo de investimento costuma apresentar alto risco — afinal, muitas startups não sobrevivem aos primeiros anos — mas também pode oferecer retornos expressivos em caso de sucesso.
Para quem deseja diversificar a carteira com ativos de perfil mais agressivo e participar da construção de negócios disruptivos, é fundamental entender as formas de aporte, as etapas de avaliação e os cuidados necessários.
Principais formas de investir em startups
A porta de entrada comum para investidores não profissionais é o equity crowdfunding, oferecido por plataformas autorizadas. Nessa modalidade, várias pessoas aplicam valores menores em troca de participação acionária proporcional.
Em seguida, acontece o aporte direto via redes de investidores-anjo, em que indivíduos experientes fazem aporte semente e compartilham mentoria.
Para quem busca maior escala e diversificação, há fundos de venture capital que reúnem recursos de diversos investidores para investir em séries A, B e além, participando de rodadas de financiamento maiores.
Por fim, em estágios avançados, surgem opções de investir em startups sólidas por meio de mercados de ações.
Quem se interessa por esse caminho pode explorar diferentes alternativas de aporte e comparar riscos e benefícios.
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