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☀️ A Espanha é hoje considerada o segundo país europeu com maior geração de energia renovável, atrás apenas da Suécia. As produções eólica e solar mais que duplicaram nos últimos dez anos, levando o governo a se classificar como a “força motriz da transição energética no mundo".
Embora positivo, o setor de eletricidade agora tem um problema nas mãos que é a falta de demanda. Isso porque, ao mesmo tempo em que a energia renovável cresce, o consumo geral cai.
Em termos comparativos, o total usado no ano passado foi menor que o registrado durando a pandemia de coronavírus, quando as pessoas estavam em casa. Foi também o menor índice desde 2003, conforme dados da empresa pública da Red Eléctrica Espanhola.
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“O que vimos até 2005 foi que quando o PIB aumentou, a procura de eletricidade aumentou mais do que o PIB”, diz Miguel de la Torre Rodríguez, chefe de desenvolvimento de sistemas da REE, em entrevista à BBC News. “Vimos que a procura aumentou menos do que o PIB. O que estamos vendo é uma dissociação entre a intensidade energética e a economia”.
Há vários motivos para essa queda no consumo de energia, mas o principal deles está relacionado à guerra entre Rússia e Ucrânia, que obrigou as empresas de toda Europa a reduzirem o uso. Soma-se a isso o fato de que a eficiência energética tem se tornado comum por lá e em outros países do mundo.
Durante o dia, a oferta e a demanda tendem ser ainda mais desiguais, já que a produção de energia solar é ainda mais alta. No fim, toda a cadeia pode ficar desiquilibrada, o que impacta nos preços finais.
“Como o sistema energético tem sempre de ter um equilíbrio – a procura tem de ser igual à geração –, isso significa que houve excesso de produção durante essas horas”, comenta Rodrigues. “Isso fez com que os preços caíssem, especialmente durante determinados horários, quando os preços eram zero ou até negativos”.
Esse desiquilíbrio é positivo para o consumidor final, que vai pagar menos pelo produto, mas vira um desafio para atrair investimentos. Até entidades como o Greenpeace destacam que isso pode ser um gargalo para a transição energética, conforme pontuou Sara Pizzinato, especialista em energias renováveis do Greenpeace à reportagem da BBC.
Por isso, o país tem focado em outra agenda, tentando acelerar a “eletrificação” da economia, se distanciando cada vez mais dos combustíveis fósseis. Para muitos, porém, essa meta não é tão realista, considerando que os setores mais tradicionais -como o químico- terão dificuldade nesse trajeto.
“Precisamos envolver mais pessoas e mais indústrias na gestão do lado da demanda, para garantir que a flexibilidade necessária no sistema esteja disponível para fazer com que a geração e a demanda correspondam melhor durante o dia e durante a noite”, diz Pizzinato.
Segundo dados da Absolar, o Brasil produz 230.079 MW (Megawatt) de energia por ano. Deste total, 47,8% vem de matriz hídrica, 18,2% de fonte solar e 13% eólica, que são três matrizes renováveis.
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